O ministério do futebol adverte: Ano novo, é permitido sonhar!
A insana esperança dos torcedores por seus clubes se renova a cada ano. O sonho de ver o seu time melhor, evoluindo, achar que tudo vai ser diferente, organizado e, talvez, até ser campeão nacional – mesmo sabendo que seu clube vive péssima saúde financeira – eu diria que é uma espécie de “paixão esquizofrênica”, de todos nós, brasileiros.
Para aqueles que dinheiro não é
problema, os holofotes são direcionados, e a carga de expectativa é muito
maior.
Existem curiosidades e dúvidas entre jornalistas e torcedores, sobre como Abel Braga vai escalar todos os bons
e caríssimos jogadores do meio para frente.
Provavelmente, vai adotar a
estratégia de Felipão de ter dois times para diferentes competições. Esta
postura não significa, necessariamente, que é a fórmula ideal para todas as
equipes. Não há uma regra permanente em um esporte de tantas possibilidades e acasos
como é o futebol.
O
Flamengo, com boa situação financeira, graças à diretoria anterior, tem o
direito de contratar bons e caros jogadores. Irresponsáveis são os que
contratam e não pagam. Acho apenas que Arrascaeta, Rodrigo Caio e Gabigol, são
atletas que, para o nível de futebol que se joga no país, não valem tanto
dinheiro. Eles estão no mesmo nível de outros que o Flamengo já tem nas mesmas
posições.
Gabigol tem um repertório
pequeno. Quando não faz gols, costuma ficar apagado. Os italianos só conheceram
o lado sombrio do jogador.
O
Palmeiras, preocupado, vê o Flamengo aparecer com velocidade pelo retrovisor.
Para não ser ultrapassado, contratou Ricardo Goulart, que foi um grandíssimo
reforço.
Poderemos
ter, nos próximos anos, uma disputa pelo poder entre Palmeiras e Flamengo, o
que não significa, obrigatoriamente, que vão ganhar todos os títulos. Para
isso, os dois times têm técnicos experientes, grandes, durões, chefões e
carinhosos.
No Brasil, tornou-se um
lugar-comum dizer que um time grande, quando não ganha, é porque faltou comando
no vestiário. Por aqui, os jogadores são mais
carentes, dependentes das ordens do técnico.
Esta
frágil postura emocional é uma das razões de muitas derrotas e decepções do
futebol brasileiro ao longo da história.
Existe
uma nostálgica esperança em todo ano que se inicia, de que seu time de coração
volte a brilhar. Por compreender que o
futebol é uma modalidade de muitas variáveis, sua imprevisibilidade é refúgio
para aqueles que sonham sem limite. Eu os admiro. No entanto, penso que, em
médio prazo, os clubes brasileiros bem administrados terão nítida
superioridade sobre os demais.
Viajar pelo
passado e compará-lo ao presente é um hábito prazeroso e frequente do ser
humano. Costumamos também achar que tudo de outra época era melhor. Temos
saudades do que vimos e não vimos dos times, e do que apenas imaginamos.
Sonhar realmente
é importante, é combustível para viver. Os sonhos são bússolas do coração, que nos
direcionam voluntariamente.
Se desprender
do passado, é o primeiro passo que deve ser dado.
Viva o futebol
moderno!
Créditos da imagem: Globoesporte.com
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