Futebol brasileiro e a política, um romance antigo!

Paixão, opinião, princípios e valores. Esses são apenas alguns dos ingredientes desta fantástica mistura brasileira que envolve política e futebol, no qual, vou chamar aqui de “jogo do povo”.

Este ano de 2018, além de ser um ano de eleições, foi também ano de Copa de Mundo. Você pode nunca ter parado para pensar, mas esses dois eventos já se interligaram muitas vezes ao longo da história, seja por conta de jogos importantes que aconteceram em momentos políticos críticos ou por atletas que usaram do espaço que tinham na mídia para se tornarem formadores de opinião. Futebol e política não apenas se discutem, como também se cruzam.

Gosto desse jogo do povo, ele remete esperança. Esperança na política e no futebol. Esse jogo é um verdadeiro encontro com todas as épocas da vida - presente, passado e futuro –, um passado recheado de glórias, pelo menos, no futebol; um presente confuso e turbulento, e um futuro cheio de incertezas e remotas esperanças.

Se você, assim como eu, gosta de história, futebol e Copa do Mundo, provavelmente já ouviu falar do jingle que marcou a conquista do tricampeonato da seleção brasileira, em 1970.

Estou falando da música “Pra frente Brasil”, composta por Miguel Gustavo para uma cervejaria. Entretanto, o jingle fez tanto sucesso que acabou atraindo atenção do general e presidente Emilio Médici, que comandava o país no auge da ditadura militar (1964-1985).

"Noventa milhões em ação
Pra frente, Brasil

Do meu coração

Todos juntos vamos
Pra frente, Brasil
Salve a Seleção!

De repente é aquela corrente pra frente
Parece que todo o Brasil deu a mão
Todos ligados na mesma emoção
Tudo é um só coração!"

Na época, o Presidente Médici se aproveitou do clima de euforia nacional para investir pesadamente em campanhas publicitárias patrióticas, usando tanto de músicas, quanto de filmes e slogans que remetiam ao mesmo tempo a futebol e política.

Essa música ficou marcada na história, e não há nada mais bonito que o registro da história, do acontecimento, da doçura armazenada na memória, no entanto; ficou no passado, um passado que não existe mais. Hoje, os tempos são outros no jogo do povo.

Neste momento, vivemos no “país do futebol”, um momento delicado, de esperança e desesperança, do desejo e da realidade. Vejo muito mais coisas ruins do que boas, mais violência, chutões, corrupção e politicagem do que bom futebol, entusiasmo e otimismo pelas promessas dos candidatos.

A política está presente em muitos espaços, principalmente no mundo do futebol. Por isso, é importante buscarmos o máximo de volume de conhecimento e entender o que realmente está acontecendo no Brasil; para que todos nós possamos desempenhar bem os nossos devidos papéis de cidadãos. 

Como diz o trecho do jingle que citei: "Pra frente Brasil!"

Créditos da imagem: Paulo Escobar / museudapelada.com.br