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Espanhóis se rendem a Philippe Coutinho




'Continhaço sem prêmio': essa é a manchete do 'Diário Sport' da Catalunha para celebrar a atuação e o gol do craque do Barcelona 


O termo composto por uma palavra inexistente foi a forma que os jornalistas catalães encontraram para descrever a atuação de Coutinho no empate da seleção brasileira ontem, contra a Suíça, na estreia do Brasil no mundial da Rússia. O meia do Barça foi o destaque de uma seleção que começou a partida a 100km por hora, e sofreu uma desaceleração fatal após abrir o placar. 

A muito tempo o jogador revelado pelo Vasco vem pedindo passagem. Já pelo Liverpool, existia um clamor por mais chances na seleção brasileira. Dunga começou a convocar o craque com certa frequência, entretanto, Tite foi o responsável por torna-lo imprescindível. Contra Suíça parecia haver apenas um jogador lúcido dentro de campo; buscando um posicionamento para apoiar Neymar - na teoria o nosso principal nome - e imaginando alguma forma de furar o competente bloqueio suíço. Isso aconteceu da forma mais apreciada por Coutinho: chute de fora da área. Aos 20 minutos do segundo tempo, após uma bola rebatida pela defesa adversária, o camisa '11' dominou a bola, ajeitou pro pé direito e disparou um chute de rara precisão. Rara precisão? Não pra ele! 

Em cinco anos de Liverpool esse tipo de gol virou rotina, uma arma mortal e esperada em todos os jogos pela apaixonada torcida dos 'reds'. A sua importancia para o clube da terra dos Beatles era tão grande, que a diretoria tentou dificultar ao máximo que Coutinho realizasse o grande sonho de jogar no maior clube do mundo; o Barcelona. Não deu certo. Em janeiro de 2018 o pequeno 'mago' chegou a Catalunha para começar sua caminhada ao lado de Lionel Messi. 

Essa é a primeira copa de Coutinho, logo, ontem foi o seu primeiro jogo com a camisa da seleção que mais vezes conquistou essa competição. O cartão de visita foi dado: um golaço e o prêmio de melhor em campo. Muito se fala em Messi, Ronaldo e Neymar na disputa de melhor jogador desse mundial, mas, acredito que Coutinho corre por fora - não tão fora assim - e pode surpreender. Jogador que trabalha quieto, sabe o seu lugar; tanto no Barça, quanto na seleção, entando sempre pronto pra jogar na posição que for escalado.

Tenho a impressão de que os europeus tem mais entendimento da importância dele dentro de uma equipe do que nós brasileiros; preferimos destacar o mal desempenho de Neymar, a exaltar as belas atuações de Coutinho. Enquanto o '10' buscava ser tocado pelo oponente chamando a falta, o '11' buscava o contato com a bola buscando o gol; objetividade e seriedade. Em uma entrevista no início das eliminatórias, Jurgen Klopp, então técnico de Philippe, ao ser perguntado sobre os favoritos para a Copa do Mundo respondeu: "É o Brasil! Se eles têm um conjunto que pode se dar ao luxo de deixar Coutinho no banco, sem dúvidas eles são favoritos. Se eu chutasse como ele (P.Coutinho) eu só faria isso da vida'. Graças a Deus Dunga se foi, Tite chegou e as coisas mudaram. As palavras de Klopp descrevem com perfeição o talento que muitas vezes é esquecido pelo torcedor brasileiro. 

A Suíça foi apenas o primeiro adversário, o primeiro, dos sete que esperamos ter nesse mundial. Se Neymar faltar, teremos um talentoso camisa '11' de futebol bem mais objetivo para nos devolver a tranquilidade. 





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