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Decepção e inconstância: a passagem de Rivaldo pelo Cruzeiro em 2004


O pentacampeão Rivaldo teve uma carreira movimentada e brilhante, fato esse incontestável. Porém, em 2004 o craque passaria por um momento bastante tumultuado em sua volta ao futebol brasileiro. O Cruzeiro era o time da moda no país, com um elenco recheado, um treinador respeitado e uma sala de troféus que acabara de ser renovada com a tríplice coroa de 2003. 

No Milan até a temporada anterior, Rivaldo havia deixado o futebol nacional em 1996 para jogar no Deportivo LaCoruña da Espanha. Se dava então o início de uma bela trajetória no velho continente, que teria no Barça seus dias mais esplendidos. Em meados de 2002, ainda antes da Copa do Mundo e após cinco anos no clube catalão, o meia deixava a Espanha um ano antes do previsto. O contrato com o Barcelona foi rescindido a pedido do treinador Louis Van Gaal, fato bem aceito por Rivaldo que não tinha muito apreço pelo holandês. Com isso, o brasileiro seria o mais novo camisa '11' do italiano Milan, um vínculo assinado por 3 anos. 

O desempenho no futebol italiano foi bem abaixo do esperado, Rivaldo se revezava entre o banco de reservas e participações aleatórias em alguns jogos. Em uma temporada e meia o jogador havia disputado 40 jogos e marcado apenas 8 gols, números bem distintos aos que transformaram o craque revelado pelo Santa Cruz em um dos grandes astros do futebol mundial. Com isso, em dezembro de 2003, ele mais uma vez teve seu contrato rescindido para que pudesse definir seu futuro sem interferências legais. 

Já no final de 2003, após ser liberado pelo Milan, o jogador começou a considerar seu retorno ao Brasil, já que na Europa as propostas vinham de cenários pouco respeitados a nível mundial. Um dos clubes que procurou Rivaldo naquele momento foi o Olympiakos da Grécia, rechaçado pelo atleta inicialmente, mas que seria sua rota de fuga pouco tempo depois. Cruzeiro e Botafogo, então, começaram a disputar a contratação do atacante. O fato determinante para que os mineiros levassem a melhor foi a relação do craque com o técnico Wanderlei Luxemburgo, seu comandante nos tempos de Palmeiras. 

No dia 8 de janeiro Rivaldo era apresentado oficialmente na Toca da Raposa, com a presença de milhares de torcedores. A chegada do meia aumentava a esperança cruzeirense de repetir em 2004 a excelente campanha realizada em 2003. No entanto, uma cláusula no contrato do atleta dizia que ele poderia romper seu vínculo com o clube em junho daquele ano caso chegasse uma boa proposta da Europa, opção que Rivaldo disse em sua apresentação 'esperar não usar'. 

O que poucos esperavam é que a temporada 2003 começasse tão mal para a equipe celeste, culminando na demissão de Luxemburgo em meados de fevereiro. A saída do treinador foi encarada como um rompimento de projeto por Rivaldo e seu Staff, e começava a busca por um acordo amigável com o presidente do Cruzeiro, Alvimar Costa. Apesar de não concordar com a visão do jogador, Alvimar considerou seu alto salário, cerca de R$ 250 mil reis por mês, em comparação com seu baixo rendimento, e decidiu rescindir o contrato sem brigas ou multas. Sendo assim, no dia 28 de fevereiro de 2004, Rivaldo chegava ao terceiro contrato rescindido em menos de dois anos; marca extremamente negativa para um jogador da sua envergadura. 

Pela Raposa, Rivaldo atuou 10 vezes e marcou apenas 2 gols, ambos na vitória por 7x1 contra o Mamoré pelo campeonato mineiro. Após quatro meses sem clube, o craque voltaria à Europa para atuar na Grécia, pelo ex-rechaçado Olympyakos


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