A imprevisibilidade do futebol é fascinante
Este final de semana que passou, ficou marcado pelo começo das principais competições europeias.
A cada ano, aumenta o interesse dos brasileiros pelos campeonatos europeus.
Os motivos dessa tendência são óbvios:
a saída precoce de jovens e talentosos daqui, a presença dos titulares da seleção brasileira,
os craques de todo o mundo nos times da Europa e a desorganização de nosso
futebol contribuem para o fascínio pelos campeonatos internacionais.
O Real Madrid se enfraqueceu, e a
Juventus se fortaleceu, pela ida de Cristiano Ronaldo para o time italiano.
Porém, como o elenco da Juventus é inferior ao do Real, Cristiano Ronaldo terá mais
dificuldade de brilhar intensamente.
Quem ficou mais forte foi o
Barcelona, por manter Messi e pela chegada de novos jogadores. A falta de
reservas do mesmo nível dos titulares foi uma deficiência da equipe nos últimos
anos. O chileno Vidal, Arthur e Malcom, ótimas contratações, devem começar
no banco.
Muitos argumentam que o futebol é
cada dia mais coletivo e que craques não ganham jogos nem campeonatos sozinhos.
Penso eu que, sempre foi assim. No
entanto, eles são decisivos. Após dez anos de reinado de Cristiano Ronaldo e
Messi, em apenas um ano, Real ou Barcelona não foram campeões espanhóis e, em
somente três temporadas, um dos dois não conquistou a UEFA champions league.
Entre seleções, é diferente. Messi e Cristiano Ronaldo nunca foram campeões mundiais,
porque Argentina e Portugal são inferiores às grandes seleções, embora Portugal
tenha conquistado à última Eurocopa.
Se Pelé não tivesse tantos craques
a seu lado, nas Copas de 1958, 1962 e 1970, provavelmente, o Brasil não
ganharia, e diriam hoje que Pelé, como Messi no Barcelona, só brilhava
intensamente no Santos.
No futebol do Brasil, por causa da
contratação de tantos jogadores caros por Palmeiras e Flamengo, muitos se
iludiram que os dois times se tornariam muito superiores aos outros grandes do
país.
Isso ocorreria se contratassem
titulares da seleção brasileira. Continuam no mesmo nível. A vitória merecida
do Cruzeiro, quarta-feira (8), no Maracanã, contra o Flamengo, mostra esse
equilíbrio.
Em jogos entre equipes do mesmo
nível técnico, quem tem mais chance de vencer são as que atuam com mais
segurança no sistema defensivo, sem abdicar de chegar com muitos jogadores ao
ataque, como fez o Cruzeiro contra o Flamengo, como faz o São Paulo no
Brasileiro e como jogou a França no Mundial.
Já os times que tentam dominar a
partida, que estão sempre com muitos jogadores no campo de ataque e que deixam
muitos espaços para o contra-ataque, ganham com mais frequência quando são
nitidamente superiores, individualmente e no conjunto.
A única grande equipe do mundo
que joga pressionando o adversário, na maior parte do tempo, trocando passes no
ataque, é o Manchester City, campeão inglês. Nem o Barcelona joga mais dessa
maneira. Porém, na Liga dos Campeões,
contra adversários mais fortes, o City não foi bem. Guardiola, treinador do
time inglês, atua dessa forma porque acredita que seja a melhor maneira de
jogar bem e de vencer. Para o técnico, não basta encantar nem apenas ganhar.
Ele quer as duas coisas.
Mano Menezes é um excelente
treinador, organiza muito bem o time em jogos mata-mata, mas dizer que a vitória do Cruzeiro foi a do técnico
experiente sobre o novato Barbieri, técnico do Flamengo, é
simplificar demais, criar uma boa manchete, uma ótima frase, um único roteiro
para um esporte tão complexo.
No futebol, não existe receita
pronto para o sucesso, nem sempre o melhor vence. Talvez, seja por isso que,
tudo é tão fascinante.
Créditos da imagem: Jason Cairnduff / Site uol
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMuito bom! Eu sou apaixonado por Bundesliga desde 2011-2012. Quando acompanhei uma trajetória linda do BVB ao bicampeonato nacional! Hoje acompanho de perto!
ResponderExcluirExcelente texto. Acredito que quem quer ver futebol bem jogado procura o futebol europeu porém nunca vai largar de assistir aos jogos do time de coração, visto que existe um apelo emocional, uma ligação com o time que torceu desde a infância. Faz parte! Futebol não é racional!
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