elclasico-removebg-preview

News

A ratazana do futebol brasileiro


Um dia após a final da copa do mundo, já tinha jogo de volta decisivo da Copa do Brasil. Dos quatro clubes em ação, três com treinadores diferentes dos jogos de ida. Reflexo de um futebol imediato, sem planejamento, calendário desorganizado de um país à deriva.
Um rato, de tamanho generoso, apareceu desfilando no gramado de São Januário, no meio da partida. O problema não foi o rato aparecer em São Januário, em mais uma eliminação do Vasco. O problema também não foi à eliminação da copa do Brasil, isso faz parte das variáveis do futebol. O que mata é os ratos que infestaram há décadas a caravela do gigante da colina, transformado os mares em fossas para navegar, a beira do naufrago.
Mas o Vasco não é único nesse barco, este é um problema que assola a maioria dos clubes brasileiros, e também o nosso futebol nacional em geral. Um rato em campo é pinto perto de algumas ratazanas que controlam o futebol brasileiro e não largam o comando.
Nosso calendário nacional é totalmente desorganizado, simplesmente não fecha. Na quarta-feira, após três dias da final da copa do mundo, alguns jogos que deveriam ser interessantes, mas o que vimos foi muita vontade e pouca qualidade. Muita catimba, demora em cobrar faltas, laterais.
No duelo entre os campeões de São Paulo e Rio, nos bancos de reservas estavam treinadores novos que substituíam os que foram contratados por clubes que não sabemos o nome, e por países que reduzimos ao simplismo de “mundo árabe”.
É muito mais que um rato solto num futebol que volta a campo um dia depois do final da Copa. É muito mais que dois times que jogaram a primeira partida com treinadores diferentes dos que assumiram as equipes no jogo da volta.
Não é só um rato, a fauna é muito maior. A farra, também. Não é só no Vasco que tem animal que não deveria estar ali. Também teve rato na minha casa. Na porta dela. Não foi fácil tirar. Mas deu para desratizar. O problema é que em alguns lugares os ratos comem os gatos. Ninguém caça. Ou deixa todo tipo de bicho passear pela terra sem lei e como um rei do lixo. Liberam as catracas para animais subirem às tribunas para fazerem seus ninhos. Criando filhotes. Ou alimentando alguns que nem são, mas acabam virando crias.
Não adianta agora instalar ratoeiras pela casa, ela já está contaminada. Às vezes até mudam as cores, parecem esquilos, se camuflam.
Não é só no Vasco que o “rato está solto”, É um problema de todos, do futebol brasileiro. O primeiro passo é reconhecermos isso.
Créditos da imagem: Igor Siqueira / Jornal O Globo

Nenhum comentário