'Capitão Kirk'
Quanto mais essa última free agency se aproximava, mais se tinha a certeza de qual seria o jogador mais disputado; Kirk Cousins. O quarterback que defendeu Washington Redskins desde que entrou na NFL, tinha um poder de barganha muito grande nas mãos; valor posicional, oferta e demanda.
Todos sabemos que a posição mais importante no futebol americano é a de quarterback, e você não acha bons jogadores desta posição tão facilmente. Por isso acaba sendo inflacionado os valores que as franquias se dispõem a pagar para ter o seu líder. Cousins é um exemplo clássico disso.
Ele foi escolha de 4°rodada em 2012, com intuito de ser o reserva de Robert Griffin lll, que foi a segunda escolha geral nesse mesmo draft. Mas com inúmeras lesões de 'RG lll', Cousins foi ganhando cada vez mais espaço, até que no ano de 2015 durante a pré temporada, ele assumiu de vez a titularidade.
A temporada foi melhor que todos esperavam, ele terminou com 4,166 jardas lançadas, 29 touchdowns e um rating de 101.6, levando a franquia da capital até os playooffs.
Pronto, ele estava agora no radar de vários general managers, pois poderia ser um franchise quarterback. Mas os Redskins ainda não compartilhavam dessa certeza, e ao invés de entrar em acordo com o jogador para um novo contrato de longa duração, optaram por usar a franchise tag (artifício usado pelas franquias para segurar o jogador por mais um ano, pagando a média dos cinco maiores salários da posição).
Em 2016 ele continuou com boas atuações; foram 4,917 jardas lançadas, 25 touchdowns e um rating de 97.2. Provando assim que tinha potencial para liderar a equipe. Mas, novamente, tanto o jogador quanto a franquia não entraram em acordo para um possível contrato. Então lhe foi colocado a franchise tag pelo segundo ano consecutivo.
Na temporada passada ele jogou mais uma vez para se provar, e apesar de uma pequena queda de rendimento, comprovada pelos números (4,093 jardas lançadas, 27 touchdowns e um rating de 93.9), ele cada vez mais despertava interesse nas franquias que precisam encontrar um bom quarterback.
Washington decidiu não usar a franchise tag novamente, pois o valor sobe a cada ano que é colocado. Então Cousins estava finalmente no mercado, livre para poder escolher para qual franquia iria prestar seus serviços. Pretendentes não faltavam, o que fazia seu poder de barganha nas negociações ficarem cada vez maior, como citado acima.
Com isso, ele decidiu mais uma vez apostar em si. Fechou com o Minnesota Vikings (um time que está praticamente pronto para ser campeão) um contrato de 3 anos com um valor total de 84 milhões de dólares todo garantido, ou seja; ele pode jogar mau, ir para o banco, se machucar, ser dispensado, que receberá esse valor do mesmo jeito.
Nunca antes na história da liga foi feito um contrato totalmente garantido, pelo fato de ser um esporte de muito contato físico e os riscos de lesões serem altos. Mas o que mais chama atenção, é a duração ser de apenas três anos. O contrato poderia ser de maior duração como de outros quarterbacks que recém assinaram novos vínculos com suas franquias.
A questão é que ele decidiu ir para uma equipe pronta, que teve a melhor defesa da liga no ano passado, que tem bons valores tanto na defesa quanto no ataque e que chegou até a final de conferência na ultima temporada. Na teoria seu desempenho deve melhorar, já que ele estará cercado de bons jogadores, e com isso seu valor deverá subir ainda mais. Ao final do contrato, Cousins estará com 32 anos (idade considerada ideal para a posição), podendo então fazer um novo e mais lucrativo contrato, seja com os Vikings ou qualquer outra franquia.
Para os Vikings a aposta também foi boa, apesar de arriscada. A equipe está pronta para ser campeã a curto prazo, precisava encontrar um líder, pois dificilmente se vence na NFL sem um bom quarterback. E caso passe esses três anos e o objetivo não seja alcançado, eles podem tentar renovar com Cousins e montar um novo elenco em torno dele.
A "nave" de Minnesota está pronta para decolar. Será que o "capitão Kirk" a conduzirá até o destino final?
Créditos da imagem: RapSheet
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