elclasico-removebg-preview

News

Road to Road 4 – 28/02/2019, o dia que começou em novembro de 2014


Se, em Miami, percebemos uma torcida mais “competitiva”; em Orlando, temos algo mais receptivo. Por ser uma cidade “turística” (não que Miami não seja), a presença de torcedores dos outros times é maior e o Orlando Magic acabou se acostumando com isso: a presença dos mais variados torcedores em seus jogos. Então, em Orlando, parece que o cuidado é maior em receber os torcedores, pois a maioria deles é de turistas que estão apenas de passagem pelos parques da região.

Visitar o Amyway Center pela segunda vez foi um momento mágico e logo você entenderá. Antes, leitor, eu preciso te contar uma história que nos remete aos preparativos da nossa primeira viagem em novembro de 2014.

Como te disse nos capítulos anteriores, estávamos grávidos e viajamos com o intuito de montar o enxoval do Pedro nos Estados Unidos. Diante da oportunidade, realizei o sonho de assistir a um jogo da NHL (“Road to Road 2– O flashback da NHL”) e também da NBA.

Era uma época na qual eu estava afastado dos esportes americanos, acompanhando apenas à distância. A viagem faria com que tudo mudasse e me trouxesse anos depois ao El Clasico Sports.

Em 2014, o jogo seria Orlando Magic e Los Angeles Clippers. Em Orlando, Oladipo e Vucevic ainda não eram aclamados como são hoje; pelos Clippers, Chris Paul desfilava suas assistências para Blake Griffin.

Após nossa ida ao jogo de NHL e a homenagem recebida, Camilla passou os demais dias se e me perguntando se haveria um algo a mais no Amyway Center. Eu ficava nas respostas evasivas e misteriosas. Por que não?

Chegar foi tranquilo. Parar o carro também. Existem diversos estacionamentos próximos. “Geico Garage” é o estacionamento oficial que está interligado ao Amyway Center por uma passarela. O tíquete pode ser comprado pelo Ticketmaster ou no próprio dia, caso haja disponibilidade. Foi lá que paramos e eu te aconselho a fazer isso, se for de carro. Você ainda poderá optar por transporte público, táxi ou Uber, mas vá de carro e não se arrependerá.

Logo na entrada, não pude entrar com minha mochila. Câmera e faixa do Corinthians em mãos, mochila de volta para o carro.



Rodando pelos corredores, encontramos uma loja oficial para Kids e compramos a primeira Jersey para a coleção do Pedro. Ali, eu já tinha me arrependido da Jersey não comprada do Florida Panthers e entendido a lição: se ver algo nas lojas oficiais, não pense duas vezes, compre!

Logo, sentamos em nossos lugares e esperamos. Os dois estavam deslumbrados com aquele ambiente de filme, onde até o telão era motivo para se emocionar.

No meio do jogo, quem aparece em nosso setor com um cartaz? Stuff e sua turma. Stuff é o mascote do Orlando Magic e sempre um dos destaques da NBA.

De longe, Camilla apenas enxergava um “Camilla” e “Baby Pedro” no cartaz, olhando para mim com um misto de reprovação e alegria. Apontei para nosso amigo, ele tentou passar pelos flamenguistas que estavam pelo caminho, mas não conseguiu. Assim, sobrou a missão da nossa grávida em atravessar a fileira de cadeiras e receber o abraço, os presentes e o seu cartaz do mascote do Orlando Magic. No cartaz, Stuff e o Orlando Magic nos parabenizavam: "Camilla! Congrats on Baby Pedro on the way!"


A promessa era que a mesma mensagem passaria no telão e que tocaria “Amor Maior” do Jota Quest no ginásio. Reza a lenda que tudo isso aconteceu, mas a emoção nos enalteceu de tamanha forma que não vimos nem escutamos mais nada.

E como conseguir tudo isso? Simples, procurar o Orlando Magic. Pela internet e com um e-mail em mãos, foi fácil estabelecer contato, mesmo com um inglês “macarrônico”. Foi oferecido fazer tudo isso dentro da quadra, mas o custo era altíssimo. Poderia apenas passar uma mensagem no telão, mas com certeza nós não veríamos. Escolhi ter o Stuff ao nosso lado.

O site www.amywaycenter.com te traz todas as informações necessárias para você planejar sua visita, incluindo datas de shows e outros eventos.

Se você for ao jogo com crianças, não deixe de visitar o Stuff´s Magic Castle, uma área de entretenimento para crianças localizada no Nível 5 do ginásio com escorregador, tabela de basquete e diversos atrativos. É uma ótima válvula de escape para aquelas crianças que não param um minuto e precisam brincar um pouco para se distrair - tal como o garotinho da foto abaixo.



Agora, chegamos aos preparativos da viagem em comemoração ao quarto aniversário do Pedro. Novamente, entrei em contato com o Orlando Magic por e-mail e lhes contei a história daquele novembro de 2014. Falei do afinidade do Pedro com o basquete e que agora seria sua primeira visita. Se antes comemoramos a gravidez, agora seria a vida.

Toda a experiência de 2014 permitiu que eu propiciasse à minha família uma experiência mágica em 2019.

O jogo estava programado para 19 horas. Solicitaram que chegássemos às 16:30 horas. Seríamos recebido por um embaixador do Orlando Magic que nos levaria por um tour no Amyway Center, permitindo que acompanhássemos o aquecimento dos atletas. O que pensamos? Que a pessoa apenas nos receberia, nos levaria para um passeio e que nos levaria para assistir o “warm up” por alguns minutos tal como tinha sido do dia anterior no American Airlines Arena.

Ledo engano! Logo na entrada nos aguardava Miss Careen Moreno. Andamos por tantos corredores, andares e locais que posso confessar que fiquei perdido, não sabendo te dizer qual seria a porta de entrada para cada um dos locais visitados. Estivemos na sala de imprensa, nos bastidores do ginásio, na reunião daqueles funcionários que trabalhariam naquela noite, nos corredores próximos aos vestiários. Tivemos acesso aos bastidores do Amyway Center e do Orlando Magic. Passeamos, passeamos, passeamos, até que Careen nos disse que seria hora de acompanhar o aquecimento dos atletas. Andando, pouco a pouco, chegamos no local destinado e sentamos na primeira fileira com os pés na quadra, há poucos metros dos jogadores do Orlando Magic. De longe, Cousins errava alguns arremessos do outro lado da quadra.

Neste momento, eu parei. Olhei ao meu redor e na bola que corria para perto de mim. Passou pela minha cabeça insana pegar a bola e arremessar. Não tive coragem. Respeitei o momento de todos que estavam ali. Da Camilla, minha esposa, admirada por tudo que o Orlando Magic nos proporcionava. Do Pedro, do alto de seus 4 anos, que via a altura surreal dos jogadores do Orlando Magic há poucos metros. Da avó Dalva, que passava calor com o moletom do Magic, pois vestia uma camisa do Curry (e outra do SPFC) e estava com vergonha da receptividade.


Depois de tudo isso, quem queria ver o Curry, Thompson e Green?

A gente queria. Após a derrota na noite anterior, imaginei que o time jogaria com mais vontade, mas parece que a ressaca de Miami viajou até Orlando. Faltavam menos de dois minutos para o final da partida e o Golden State vencia por dois pontos. Resultado final: 103 x 96 para Orlando Magic, restando aos Warriors voltar para casa com duas derrotas no Road to Road pela Florida.



Fica a pergunta daqueles pais que têm filhos pequenos. Valeu a pena? O Pedro aproveitou? Ele vai se lembrar de tudo que viveu? Sim, valeu muita a pena. Para mim, Pedro foi o que mais aproveitou a viagem, inclusive os jogos da NBA, dançou, curtiu, gritou “Defense!”, se envolveu com os jogos e comemorou as vitórias do Miami Heat e Orlando Magic.


Por isso, sozinho ou não, com família com ou sem crianças, não deixe de curtir os momentos mágicos de um jogo da NBA, NFL, NHL, enfim de qualquer esporte americano. Este é o meu maior conselho.


Nenhum comentário