O Flamengo gastou mais que o Palmeiras. Mas pagou menos
No futebol nem sempre gastar dinheiro é sinônimo de resultado. Muitas vezes, a junção de grandes camisas com craques ao atacado pode significar o pesadelo de diretorias ao redor do mundo. No Brasil nao é diferente. Enquanto o Flamengo versão 2019 está muito perto de faturar os dois mais importantes troféus da temporada, a versão 1995, que contava com Romário, então melhor jogador do planeta, decepcionou a nação rubro-negra. O Palmeiras dos anos de Parmalat teve muitas glórias, que no decorrer dos anos transformou-se em um mar de dívidas que levou o clube a dois rebaixamentos em 10 anos (2002 e 2012).
Nos últimos seis ou sete anos, Flamengo e Palmeiras se estabeleceram economicamente, potências capazes de contratações escandalosas há pouco tempo inimagináveis em nosso país. Com isso, a expectativa sobre esses dois clubes aumentou de forma acentuada. A obrigação de vencer e conquistar títulos sempre será maior do lado de quem apresenta recursos superiores dos demais; faz parte da pouca lógica encontrada no esporte. Diferentemente de anos anteriores, o Flamengo se preocupou também com o quê era apresentado dentro das quatro linhas, trazendo além de bons e caros jogadores, um treinador capaz de sincronizar tanta qualidade. Jorge Jesus chegou balançando a estrutura da mediocre mentalidade do futebol brasileiro, um pensamento atrasado, cheio de um saudosismo burro que enfeia nossos gramados. Enquanto a dor de cotovelo de alguns traz a público declarações xenofóbicas e lamentáveis, aos que amam o futebol, resta o deleite por tamanho respeito no trato com a bola, carinho que enche os olhos de quem para pra assistir.
Na parte financeira, não há como negar que os dois clubes investiram pesado para a disputa da temporada 2019. A obsessão, claro, não poderia ser outra: a Libertadores da América. Pra quem tem acompanhado o ano no futebol brasileiro, sabe que evidentemente o Flamengo saiu-se muito melhor nesse quesito. Olhando para os números de maneira fria, os cariocas investiram em contratações (levando em conta apenas taxas de transferências) muito mais do que os ´palestrinos'. Enquanto na Gávea a direção desembolsou 175 milhões de reais em reforços, o Palmeiras gastou algo em torno dos 98 milhões. Em uma visão simplista, fica fácil encontrar a explicação para a diferença no desempenho. Mas a distinção entre os investimentos vai muito além dos 77 milhões de reais que o separam, tornando-se ainda maior quando avaliamos o retorno de cada um dos 16 principais reforços entre os dois clubes.
O Flamengo tem em seus resultados a grande resposta ao que foi investido. Uma equipe sólida, que chega ao fim da temporada com a possibilidade de conquistar 4 títulos: Carioca, Campeonato Brasileiro, Libertadores e Mundial. As contratações do rubro-negro surtiram efeito, e no fim das contas, se levarmos em consideração o papel que deve ter um bom reforço, o cálculo que se faz entre investimentos e despesas foi extremamente positivo.
Na parte financeira, não há como negar que os dois clubes investiram pesado para a disputa da temporada 2019. A obsessão, claro, não poderia ser outra: a Libertadores da América. Pra quem tem acompanhado o ano no futebol brasileiro, sabe que evidentemente o Flamengo saiu-se muito melhor nesse quesito. Olhando para os números de maneira fria, os cariocas investiram em contratações (levando em conta apenas taxas de transferências) muito mais do que os ´palestrinos'. Enquanto na Gávea a direção desembolsou 175 milhões de reais em reforços, o Palmeiras gastou algo em torno dos 98 milhões. Em uma visão simplista, fica fácil encontrar a explicação para a diferença no desempenho. Mas a distinção entre os investimentos vai muito além dos 77 milhões de reais que o separam, tornando-se ainda maior quando avaliamos o retorno de cada um dos 16 principais reforços entre os dois clubes.
Investimento Vs Retorno:
Na planilha exposta abaixo deste parágrafo, podemos notar o custo de cada um dos oito principais reforços do Fla. A conta é simples: valor da taxa de transferência, dividida pelo número de partidas disputada por cada jogador e a produção do mesmo na temporada. Os números produzidos pelos reforços do Flamengo são simplesmente extraordinários, transformando os 175 milhões de reais em meros 'trocados'.
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Para entender melhor o raciocínio, vamos comparar o reforço mais caro de cada um dos dois times. Nos cariocas, o Uruguaio De Arrascaeta foi, e é a maior contratação da história do clube, sendo comprado junto ao Cruzeiro por 60 milhões de reais em uma operação bastante complexa. Do lado do verdão, Carlos Eduardo, ex-jogador do Goiás e que estava no futebol egípcio, custou mais de 26 milhões de reais aos cofres da instituição. Entretanto, enquanto o meia uruguaio disputou 29 jogos, marcando 12 gols e dando 12 assistências - até o momento -, Carlos Eduardo entrou em campo com a camisa do Palmeiras em apenas 7 oportunidades, sem marcar gols e tampouco dar assistências. Produção patética, que custou por jogo 3,8 milhões de reais. Do outro lado, o camisa '14' da gávea, mesmo tendo custado mais que o dobro do rival paulista, deu um retorno muito maior, custando 2,06 milhões de reais por partida; quase 1,2 milhões a menos.
O saldo final é o espelho de dois trabalhos com resultados bem distintos. O Flamengo gastou mais, no entanto, investiu certo. Os 175 milhões diluídos entre aproveitamento de atletas e a produção dos mesmos, apesentou um custo médio de 449,5 mil reais por atletta em cada partida. Os 8 reforços juntos entraram em campo, em média, 29 vezes desde o início da temporada, somando 75 gols e 42 assistências.
No Palestra Itália, a mesma conta feita para o Flamengo expõe uma falha de organização absurda. Os 8 reforços disputaram em média 7 partidas o ano inteiro, com 10 gols e 8 assistências. O custo médio de cada um, por partida, se aproximou dos 1,6 milhões de reais; quase 1,2 milhões a mais do que na Gávea. Os números definitivamente não mentem, e fracionando os altos valores despejados por essas duas diretorias em 2019, fica claro que o planejamento de um, venceu os caprichos do outro.
Imagem capa: globoesporte.com
Planilha: Lui Chaves
Planilha: Lui Chaves
Fontes: Transfermark
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