elclasico-removebg-preview

News

A Máquina do Tempo

Resultado de imagem para liverpool

Um ano. O tempo que o nosso planeta leva para dar uma volta completa ao redor do sol e voltar ao exato ponto de onde partiu. Uma rotação perfeita e perene, que ocorre ininterruptamente há milhões, talvez bilhões de anos. A Terra, redonda que é, gira continuamente - em torno dela mesma, em torno do Sol, em torno da Lua, sem nunca se cansar. Ela simplesmente segue girando, bela e graciosa como deve ser. E em sua superfície não é diferente. Se no vasto espaço a Terra gira, regida por forças e leis físicas, debaixo da atmosfera somos nós que a fazemos girar. E o objetivo deste artigo é fazer um giro. Voltaremos um ano no tempo, como se o planeta não tivesse girado - ou, para os nerds de plantão, como se o Superman tivesse novamente feito o tempo voltar por voar ao redor da terra no movimento inverso. Depois faremos o caminho contrário, voltando ao nosso ponto de partida, como o nosso majestoso lar faz, era após era. Suba a bordo do nosso DeLorean e vamos começar nossa viagem. 

Voltemos ao dia 27 de maio de 2018. Neste dia o Real Madrid se sagrava campeão europeu em Kiev sobre o Liverpool. Eu, Red desde criança, decidi que era o momento de agradecer ao meu time pelo fato de ter chego a final, coisa que eu não esperava. Fui então à página do El Clasico Sports no Facebook e escrevi as seguintes palavras: 

A imagem pode conter: 10 pessoas, estádio e atividades ao ar livre
IMPRESSÕES DE UM TORCEDOR


Como torcedor ferrenho do Liverpool há mais de 10 anos, evidentemente acompanhei a partida de hoje em profundo estado de êxtase. Confesso que antes de começar a Liga eu não acreditava na possibilidade de chegar à final. Mas, cá estávamos. E é preciso dizer: esta já era uma campanha extraordinária apenas por este fato. O elenco nem de longe é o melhor do continente, o craque da equipe não tem cinco bolas de ouro e nem pretende vencer a Copa do Mundo - sua seleção não poderia almejar isso, mesmo antes da lesão que o tira do Mundial. Mas a garra dos atletas nas fases passadas superou todos esses empecilhos. Chegar até a decisão já foi uma façanha, uma vitória. Restava-nos completar a façanha. O time que nunca estará sozinho esteve em Kiev - e a nação vermelha o acompanhou ao redor do mundo. Porém, a tão sonhada conquista da sexta orelhuda não veio. O troféu está a caminho de Madrid, premiando o belo segundo tempo que fez o time merengue. Contudo, a final teve requintes de crueldade para nós Reds. O Liverpool dominava o jogo com facilidade constrangedora até o fatídico lance envolvendo Salah e Sergio Ramos. Um lance que tirou o Rei do Egito da final e da Copa do Mundo, competição que o país de Mo não joga há 28 anos e para o qual ele era a grande esperança. Não vou entrar no mérito de licitar ou não o que fez o zagueiro espanhol, mas o fato é que a jogada foi no mínimo estranha para um jogador de futebol - talvez SR4 esteja pensando em se tornar judoca após a aposentadoria. Não sou clarividente ou algo do tipo, mas pelo andar da carruagem, se não fosse o Ramos a taça estaria a caminho da Inglaterra a essas horas. O Liverpool dominava o adversário que estava desnorteado. Navas já havia salvo o Real Madrid antes do fatídico lance, e voltou a fazê-lo posteriormente. Mas, no futebol, o que importa é o placar. Ou não?
Para mim, não. O futebol é muito mais que vencer e perder. O futebol é muito mais que o resultado. O futebol é, em essência, a paixão pelo jogo e pela agremiação, o amor que faz o torcedor ser muito mais que um mero espectador. O futebol é tudo que o ser humano devia ser: o romantismo traduzido em alguns minutos, nos quais a bola rola e o mundo, esférico como ela, se rende a seus encantos. Obrigado Liverpool por devolver a nós Reds a chance de sonhar. Obrigado Liverpool por devolver-nos a chance de nos imaginar erguendo a taça do maior e mais importante campeonato de clubes do planeta. Obrigado Liverpool por devolver-nos o orgulho de ser um Red. Obrigado Liverpool pelo ano mágico. Em resumo: Obrigado Liverpool, apenas por existir em sua apaixonante forma.
C'mon Reds! You'll Never Walk Alone!

Engraçado pensar em como as coisas ocorrem. Há um ano eu estava triste por ver o troféu da Champions League ir a Madrid; hoje eu estava contente por vê-lo ser erguido na mesma cidade. Eu estava triste por não poder ver Mohamed Salah, o maior jogador da história de seu país fazer história em um Mundial, e de quebra estar lesionado na Ucrânia, sem poder colaborar para a vitória vermelha; hoje ele foi um dos autores dos dois gols da final. Há um ano eu falava da romantização do esporte; hoje eu estou em estado de graça, a sentindo como nunca havia sentido se tratando de um jogo do continente europeu. O que se repete nas duas ocasiões é o orgulho pelos jogadores do meu time. 

Irônico perceber também outras circunstâncias dos dois jogos. Em ambos, o adversário vestia branco, embora a grandeza de um não se assemelhe em nada à do outro. Enquanto nosso goleiro foi apontado como o grande vilão de Kiev, falhando em três gols, hoje o homem da camisa 1 foi o herói da partida. Jogou tanto que recebeu elogios de ninguém mais, ninguém menos que LeBron James, um dos maiores de todos os tempos do basquete e acionista do Liverpool. Se há um ano me dissessem que Origi faria três gols decisivos para um título europeu do Liverpool em um espaço de dois jogos, eu certamente a chamaria de louca. Sorte a nossa como amantes do esporte que o mundo é esférico, como a bola, e ambos giram. Ah, e como giram! Uma coisa, no entanto, não girou neste espaço de um ano. Repito e reafirmo, com a mesma certeza que tinha quando escrevi estas palavras doze meses atrás: Obrigado Liverpool por devolver-nos o orgulho de ser um Red. Obrigado Liverpool pelo ano mágico. Em resumo: Obrigado Liverpool, apenas por existir em sua apaixonante forma. C'mon Reds! You'll Never Walk Alone! E agora, mais do que nunca, WE'VE CONQUERED ALL THE EUROPE AND WE'RE NEVER GOING TO STOP! ALLEZ, REDS!



Nenhum comentário