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Diniz e Sampaoli representam o fim da medíocre regularidade!






Às vezes me pego debatendo em relação às múltiplas questões do futebol moderno. Jeito de jogar, estratégias de jogo, inovação, criatividade, etc. São dezenas de temperos que pode fazer a diferença nessa culinária futebolística.
Existem algumas características que são sinônimos, no entanto, na execução dentro das quatro linhas, são distintas. Vou dar um exemplo que aconteceu neste ultimo final de semana (03/02).
Hernanes do São Paulo e Diego do Flamengo, protagonizaram belíssimos gols na rodada. O golaço do Hernanes eu interpreto como um lance de muito mais esplendor técnico que o belíssimo gol de Diego, uma jogada mais plástica, acrobática. São virtudes diferentes.
Existe no Brasil por parte da imprensa e dos torcedores, um enorme desejo de ver algo diferente na maneira de jogar, com mais troca de passes e triangulações e menos chutões e chuveirinhos. Fernando Diniz, agora com Ganso, terá a chance de fazer o Fluminense sair da mesmice. Será o encontro da enorme carência do clube por um ídolo com o enorme desejo de Ganso em voltar a ser protagonista. Fernando Diniz será o avalista dessa relação. Além disso, se o time for bem, o técnico vai evoluir na carreira.
Ganso nasceu na época, ou, no lugar errado. Se tivesse nascido nos anos 1960, seria um meia de muita qualidade, compatível com a época. Misturando técnica e cadência. Se tivesse nascido na Europa, poderia ter sido um meio-campista como Kroos, Rakitic ou Modric. Mas, como nasceu no Brasil, em 1989, teve de decidir entre ser um volante de marcação e um meia ofensivo para pisar na área e fazer gols. Não é seu lugar. Não havia uma terceira opção. Além disso, ouso dizer que, se tivesse nascido na Europa, até sua movimentação seria melhor. A preguiça evaporaria.
Jorge Sampaoli é a maior esperança de o torcedor brasileiro ver um futebol diferente. Após as quatro primeiras partidas do Santos, especialmente a contra o São Paulo, passou a ser tratado como um gênio. 
Na quinta, foi um desastre, após a derrota por 5 a 1 para o Ituano. Não é tão surpreendente. O estilo de Sampaoli às vezes assume riscos, pois a equipe avança a marcação, deixa muitos espaços na defesa. Nesse último jogo, Sampaoli correu ainda mais riscos ao trocar um dos três zagueiros por mais um atacante.
Os times dirigidos por Sampaoli, na maior parte do jogo, têm dois ou três atrás e uns sete ou oito no campo adversário. Marcam por pressão, jogam e não deixam jogar. Tornam-se muito mais vibrantes que os adversários, que ficam imobilizados, apáticos. Foi o que aconteceu contra o São Paulo. Mesmo quando não funciona, é gostoso de ver. Melhor que a medíocre regularidade.
Ainda é cedo para saber se Santos, com Sampaoli, e Fluminense, com Fernando Diniz, dois treinadores diferentes, terão uma boa temporada. Dificilmente isso acontecerá, pois Santos e Fluminense possuem elencos de pouca qualidade técnica para o nível de dois grandes clubes que necessitam de títulos. O futebol é coletivo, mas quem decide é o talento individual, amparado pelo conjunto.

Imagem: Jorge Sampaoli (Diário Olé)/ Fernando Diniz (Globo esporte) - Editada por El Clásico Sports

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