"Game of Thrones" do futebol Brasileiro
Rivalidades, batalhas campais, politicagem e polêmicas. O futebol Brasileiro tem um quê de Game of Thrones.
A guerra pelo poder, futeboliscamente
falando, parece ter chegado ao ápice aqui no Brasil. Palmeiras, Flamengo,
Cruzeiro e São Paulo, disputam esse status. Poder esse que pode ser muito
relativo.
No futebol, nem sempre existe
relação direta entre boas administrações financeiras e conquistas
importantes, ainda mais quando costuma haver outros fortes candidatos ao
título. Apenas um clube vence o campeonato. Em solo pátrio, a teoria se
torna mais intensa.
O esporte é fascinante. A “imprevisibilidade” talvez seja o que há de
mais encantador. No entanto, penso que, em médio prazo, os clubes
brasileiros bem administrados terão nítida superioridade sobre os demais
que, geralmente, são desorganizados e gastam mais do que podem. Esses
times correm o risco de se tornar, com o tempo, saudosas lembranças.
A tendência é que o Flamengo,
com a nova diretoria - ou mesmo se continuasse a anterior -, seja um time
vencedor, desde que os novos dirigentes não destruam a boa situação atual do
clube. Segundo alguns comentaristas, - a maioria já tem uma desculpa pronta - falta
ao Flamengo um eficiente comando do futebol, técnicos mais experientes e
jogadores com mais ambição e comprometimento com a vitória.
Por causa disso, o novo
presidente contratou Abel Braga, um excelente e rodado treinador.
O “Game of Thrones” do mercado
financeiro é outra coisa que chama atenção. Mesmo com os cofres cheios, os
rubro-negros vêm enfrentando muita resistência dos concorrentes: Santos e Cruzeiro.
Além de se fortalecer, Flamengo adota uma estratégia de enfraquecer seus
concorrentes nacionais.
O valorizado centroavante Pablo,
pretendido pelo Flamengo, foi para o São Paulo. Um grande risco pelo alto investimento que foi. O
excelente goleiro Tiago Volpi, e o ídolo Henanes, também desembarcaram em São Paulo e vestirão a camisa do tricolor Paulista.
Penso que, com algumas boas
contratações e o bom elenco que já possui, o São Paulo sobe de patamar, vai para
prateleira de cima, juntamente com Palmeiras, Flamengo e Cruzeiro.
O Grêmio deve sair dessa
prateleira. Mesmo ainda tendo ótimos jogadores como Luan, Alisson, Geromel,
Kannemann e Everton cebolinha, o time perdeu peças importantes. Efeito Renato,
sozinho, não faz milagre.
Outra contratação polêmica e
caríssima, é a do técnico Sampaoli, pelo Santos.
Os dirigentes acham que ele,
rapidamente e com um elenco modesto, vai formar um grande time. Na avaliação de
Sampaoli, o mais lógico é dizer que ele foi brilhante na Universidad de Chile e
na seleção chilena, que foi bem no Sevilla e que, no Mundial, não teve tempo
para trabalhar, além de ser vítima de uma seleção bagunçada.
Por outro lado, mesmo com
ótimos atenuantes, houve, em todo o mundo, uma enorme decepção com o treinador
na Copa, por seus graves erros técnicos e táticos e pelo comportamento confuso,
agressivo, descontrolado.
O Corinthians contratou bons
reforços, especialmente o técnico Carille, o meia Ramiro, ex-Grêmio, e o
atacante Argentino, Boselli. Mas não é suficiente. O time só brilhou de
forma medíocre ganhando o Brasileiro de 2017, porque teve um técnico eficiente
(Carille), e porque tinha muitos bons jogadores, como Balbuena, Pablo, Arana,
Maycon, Rodriguinho e Jô.
Os torcedores, de todos os
clubes, deveriam se iludir, no sentido de ter esperança, de acreditar no time,
mesmo com problemas individuais, e, ao mesmo tempo, se desiludir, saber que
nenhum bom treinador, seja Carille, Abel, Sampaoli, Renato, ou qualquer outro,
vai formar um ótimo time sem ter um ótimo elenco, ainda mais em um campeonato
por pontos corridos.
As análises de que um técnico,
em uma ação genial, de dar um nó no adversário e vencer uma partida, é algo
raro.
No meio dessa odisseia que é o
futebol Brasileiro, o “Game of Thrones” por aqui, também é passageiro.
Hoje, a mídia direciona o canhão para Flamengo e Cruzeiro. Amanha, só Deus
sabe...
Créditos da imagem: HBO
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