O famoso "chutão" acaba com a beleza do futebol
“Chutão” não é apenas a rebatida dos defensores para se livrar de uma jogada de risco, ou perigo de tomar um gol. Aqui no Brasil, chutões são também lançamentos longos para o campo ou para a área adversária, com a esperança de que a bola sobre para um companheiro livre. Trocar passes seria perda de tempo.
Isso não é novidade para ninguém. Boa
parte dos times brasileiros, dividem o meio-campo entre os volantes que marcam
e os meias ofensivos que atacavam. Os meios-campistas que faziam essa
transição, sumiram, já que a bola passa pelo alto. Às vezes, essa ideia dá
certo. Quando isso ocorre, os “resultadistas” aplaudem a mediocridade, dizem
que o que importa é bola na rede.
Enquanto isso, os europeus, cada
vez mais, tentam jogar com a bola no chão, desde o goleiro. O jogo fica mais
bonito e eficiente. Por outro lado, os defensores são cada vez mais pressionados na saída de bola.
Saber definir o momento de passar
a bola ou de dar um chutão para frente passou a ser uma importante qualidade.
Muitos gols têm ocorrido dessa maneira.
No Brasil, ainda não há esse
dilema. Dão chutões, e o futebol não evolui. Além do antigo hábito do chutão,
falta mais qualidade aos defensores e goleiros para passar a bola.
Uma diferença entre Dedé e Geromel,
os dois melhores zagueiros brasileiros que atuam no país, em relação aos
titulares da seleção brasileira, Thiago Silva e Marquinhos, - adaptados ao
futebol europeu - está na saída da bola. Thiago Silva desarma já passando a
bola para iniciar o contra-ataque.
O Grêmio é uma exceção entre os
brasileiros. A diferença está nas orientações de Roger Machado e, depois, de
Renato Gaúcho, e, principalmente, na qualidade do meio-campo, com Maicon, Luan
e Ramiro. Melhor ainda quando tinha Arthur.
Inegavelmente, sabemos que o
talento e as características dos principais jogadores é o que definem o estilo
de uma equipe. O Barcelona, com Guardiola, não seria espetacular na troca de
passes se não tivesse Xavi e Iniesta.
As verdades no futebol são,
geralmente, relativas e passageiras. A Espanha, bastante criticada por ter sido
eliminada na Copa do Mundo pela Rússia, ganhou, dias atrás, de 6 a 0 da tão
elogiada Croácia, vice-campeã do mundo.
Neste momento, vivemos no “país do
futebol”, um período delicado, de esperança e desesperança, do desejo e da
realidade. Vejo muito mais coisas ruins do que boas, mais violência, chutões,
corrupção e politicagem do que bom futebol, entusiasmo e otimismo pelas
promessas dos candidatos.
Tudo por aqui é nebuloso,
esquisito, quem vence, quase sempre é quem dá chutões e oferece a bola para o
inimigo jogar. É Desanimador.
Créditos da imagem: globoesporte.com / Eduardo Deconto
Créditos da imagem: globoesporte.com / Eduardo Deconto
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