elclasico-removebg-preview

News

Opinião | Messi e a velha/nova obsessão





Lionel Messi. Todos sabemos o que esse nome representa para o futebol mundial, jamais será ignorado. Não apenas pelo fato de ter feito tudo o que fez com a bola nos pés em 12 anos de carreira profissional, mas também pela relação quase única com o clube que o acolheu; o Barcelona. Na Catalunha desde o inicio dos anos 2000, Messi é sem dúvidas o maior da história do clube. Mas, depois de tantos anos de carreira, algo vem incomodando o argentino. 

O camisa '10' blaugrana não esconde o desconforto pelos últimos títulos europeus do maior rival, o Real Madrid, um tricampeonato que fere alguém que se acostumou a ganhar esse torneio. As quatro conquistas de Champions League que la pulga comemorou até hoje, não suprem esse desconforto. Em várias oportunidades onde concedeu entrevistas, Messi deixou claro que o Barça precisa ter como meta voltar a conquistar a Europa. Mas claro, quebrar essa hegemonia não será fácil, será preciso muita inspiração. 

Pra começar, ontem contra o PSV da Holanda, Messi foi Messi. Aquele que desequilibra, que entorpece quem o tenta parar. Ilude quem acredita poder cerrar as portas e deixar de fora um 'ser' tão predestinado. O hat-trick também passa longe de ser uma novidade na vida de Lio. Mas esse, sem dúvidas, tem um sabor especial. 

Há pouco mais de um mês, após a disputa do troféu Joan Gamper contra o Boca Juniors, Messi prometeu à sua torcida: "faremos de tudo para trazer essa copa tão linda de volta ao Camp Nou." As palavras do craque soaram como música aos ouvidos dos seguidores do azul e grená que ali estavam - mais de 75 mil pessoas. E logo na primeira rodada o astro marca três gols? Para o torcedor catalão isso é um sinal, acredite.   

Analisando as condições 

Bom, o que esperar quando Lionel Messi lhe faz uma promessa? Duvidar do argentino soa quase como uma insanidade, se levarmos em conta a capacidade técnica do individuo em questão. Mas a verdade é que nunca lhe faltou capacidade individual, mesmo nas últimas três eliminações do Barcelona nas quartas de finais. Então, por que o Real Madrid teve tanta facilidade em vencer três edições seguidas da maior competição do planeta? A resposta pode estar no coletivo. 

As contratações dessa temporada, de fato, ilusionam muito mais, pois o futebol é um esporte extremamente coletivo e, sozinho, ninguém faz nada. O foco também é um fator importante. O Barça se mostrou disperso nas últimas eliminações, jogos onde as derrotas foram humilhantes. Como no 3 a 0 pra Juve em 2017 e  para a Roma em 2018. Algo precisa mudar.

Jogadores que não se encaixavam no "estilo Barcelona" se foram, dando lugar a uma mescla de juventude e experiência, que podem aportar muito ao elenco comandado por Ernesto Valverde. Pensar no futuro sem esquecer o presente: esse é o lema que diretoria e comissão técnica adotaram para ajudar Lionel Messi a cumprir as promessas.

Philippe Coutinho e Dembélé são grandes trunfos. Na última liga, o pequeno mago não pode atuar pelo clube na fase final, pois já havia disputado a competição pelo Liverpool. Dembélé conviveu com inúmeras lesões, tendo sua continuidade em 18/19 ameaçada. No entanto, o francês tem demonstrado sua imensa importância, atuando com frequência e assumindo protagonismo. O sistema defensivo é um ponto a ser tratado com imenso carinho. De nada adianta você ter um gênio como Messi no elenco, e sofrer três gols da Roma após ter vencido o jogo de ida em casa por 4 a 1. A renovação com Samuel Umtiti foi uma excelente notícia para os blaugranas. Jogador jovem, de um talento raro para a posição, tendo tudo para se tornar um dos grandes da história do clube. Gerard Piqué ainda é Gerard Piqué: zagueiro seguro, com boa saída de bola e tempo perfeito, tanto por cima quanto por baixo. As laterais talvez sejam as grandes preocupações para Ernesto Valverde. Pela esquerda, Jordi Alba esbanja talento ofensivo na mesma proporção em que sofre com a recomposição. É um festival de bolas nas costas. Pela direita, Valverde convive com dois problemas. O primeiro está na escolha do titular. A duvida é entre o improvisado Sergi Roberto, e o inconstante Nelson Semedo. O vazio deixado por Dani Alves ainda não foi preenchido, essa é a grande verdade. Ambos (Sergi e Semedo) compartilham de boas qualidades ofensivas, enquanto a falta de qualidade defensiva causa desespero e palpitação aos corações culés.

Como em qualquer time de futebol, sempre há o ponto de alento. No Barcelona ele se encontra do meio pra frente. Sérgio Busquets é simplesmente um gênio da posição. Para este humilde redator que vos fala, o camisa '5' está entre os melhores volantes clássicos da história desse esporte. Precisão de passe, categoria e forte marcação; elementos que sustentam a minha tese. Ivan Rakitic é peça chave. Bom passe, boa recomposição, excelente tiro de fora da área e muito comprometimento tático. Os supracitados Coutinho e Dembélé, e o faro de gol de Luís Suárez, completam o time titular que sim, pode fazer frente com qualquer time do mundo. Claro, sem esquecer dele: Lionel Messi, o tema central do artigo.

No banco de reservas boas opções. Arthur Melo, recém contratado junto ao Grêmio, é a imagem do futuro culé. O meia de apenas 22 anos tem entrado em todos os jogos, e demonstrado muita personalidade. Os elogios de Xavi, um dos GIGANTES da história blaugrana, tem se justificado. A confiança no ex-tricolor é tamanha, que o mesmo recebeu a camisa '8', deixada há poucos meses por Andrés Iniesta. Além de Arthur, Valverde conta com a experiência e a qualidade de Arturo Vidal, ex-Bayern. O chileno promete ajudar muito o time e, inclusive, sendo titular nos jogos onde o treinador optar em atuar no 4-4-2.

O afastamento de Messi da seleção argentina também pode colaborar com o objetivo do astro. Como exemplo, vale recordar a última data FIFA. Enquanto os principais jogadores dos candidatos ao título da Liga dos Campeões estavam servindo suas seleções, Messi estava em casa, descansando e curtindo a família. O desgaste físico do astro promete ser 30% menor, o que pode ser crucial em uma possível/provável reta final de Champions.

Qualquer tipo de promessa e objetivo de um jogador como Lionel Messi, causará dois tipos de reações: esperança e medo. Esperança aos torcedores que tem a sorte de contar com o astro em seu elenco, e o "medo" naqueles que podem por ventura cruzar com a fera no decorrer do caminho. Elenco o Barcelona tem. Estrutura nem se fala. A Europa espera por uma resposta culé. E Lionel Messi espera poder dar essa resposta.

Essa Champions promete!

Créditos das imagens: uefa.com


Nenhum comentário