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Dan Marino: Um vencedor que nunca foi campeão


Quando esse que vos fala começou a escrever textos a pouco tempo atrás, já tinha em mente duas coisas: a primeira é que em algum momento teria que escrever sobre o meu jogador favorito, aquele que mesmo sem ter tido a oportunidade de acompanhá-lo ao vivo, me encantou a ponto de se tornar o atleta de futebol americano que mais gosto de assistir até hoje. A segunda, é que por melhor que saía o texto, por mais que tenho me preparado para fazê-lo, tenho certeza absoluta que não ficarei 100% satisfeito. 

Bem, sem mais delongas, vamos falar deste jogador que comprovadamente estava  "anos luz" de distância para sua época. Senhoras e senhores, agora vocês conheceram um pouco mais sobre a carreira de Dan Marino.

Daniel Constantine Marino Jr, é natural de Pittsburgh, Pensilvânia. Nascido em 15 de Setembro de 1961, Dan é filho de caminhoneiro e desde de sua infância já se destacava por suas aptidões atléticas.

Jogou tão bem no ensino médio, que recebeu várias propostas, de diversas universidades, mas acabou optando pela Universidade de Pittsburgh, pois assim poderia continuar residindo em sua terra natal.

Na universidade entregou tudo aquilo que se esperava dele, com inúmeras vitórias, que levaram o time a quatro College Bowls. Destaque para Sugar Bowl no qual ele protagonizou uma vitória espetacular sobre a universidade de Geórgia, com o passe para o touchdown da vitória acontecendo a segundos para o fim da partida.


Dan Marino quebrou diversos recordes da universidade nos anos em que nela atuou, e teve um total de 7.905 jardas lançadas e 74 touchdowns. Mas com uma queda de rendimento no seu último ano, surgiram vários boatos, incluindo o uso de drogas (fato nunca comprovado), mas ele chegava no Draft de 1983 com essa dúvida pairando às costas.

Chega então o tão aguardado Draft, e Marino era com certeza um potencial quarterback para estar no top 10 dos escolhidos. Esta até hoje é considerada a maior classe de todos os tempos, o que combinado com o suposto uso de drogas de Dan, o fez ser preterido pelas franquias. 

John Elway, Jim Kelly, Eric Dickerson, são alguns dos grandes jogadores que foram escolhidos na frente de Dan. Quando chegou a vez do Pittsburgh Steelers fazerem sua escolha, as expectativas eram grandes, de que este seria o destino de Dan Marino. Era sua terra natal, e o quarterback então titular Terry Bradshaw,  estava em fase final de sua vencedora carreira. Mas os Stellers acabaram optando por Gabriel Rivera, nose tackle que jogou na universidade de Texas Tech.

A espera de Dan continuava, e consequentemente vinha também o sentimento de frustração. Até que o Miami Dolphins, com a escolha de número 27 (a penúltima da primeira rodada) resolve aproveitar a oportunidade que caiu em seu colo, e apostar no talentoso jogador.


Dan chegava com uma grande motivação e vontade de se provar. Os Dolphins tinham um grande treinador na figura de Don Shula, e essa parceria tinha tudo para dar certo. E foi o que realmente aconteceu já no segundo ano de união desta dupla.

1984 foi uma temporada que proporcionou inúmeros recordes para a história da NFL, e Dan Marino teve uma grande parcela de contribuição. Dan Marino foi o primeiro quarterback a alcançar a marca de 5 mil jardas lançadas, e também o primeiro a bater o recorde de touchdowns numa única temporada, que eram de 36. Dan não só bateu esse recorde, como o aumentou e muito, terminando a temporada regular com 48 passes para touchdowns. E foi natural e merecidamente eleito MVP da temporada regular de 1984.

Chegou então pela primeira vez aos playoffs, vencendo a Conferência Americana e garantindo então a participação no Super Bowl. É bom ressaltar que todos esses feitos foram conseguidos em apenas dois anos de carreira profissional. 

O Super Bowl XIX tinha uma narrativa que todos queriam ver. Um time em ascensão, com um grande treinador e que havia finalmente encontrado o seu franchise quarterback. Contra uma já consolidada equipe, que tinha nada mais nada menos que Joe Montana, que é considerado por muitos o maior quarterback de todos os tempos, e de quebra, o revolucionário treinador Bill Walsh

Ao contrário do que muitos imaginavam, o duelo não foi tão equilibrado como se desenhava, muito por conta de um jogo corrido inexistente por parte dos Dolphins, o que levava Dan a ter de lançar a bola a exaustão, tornando assim o seu jogo previsível. No final, os 49ers venceram o duelo por 38 a 16, sagrando-se assim campeões pela segunda vez.

O ano de 1985 começa com Dan Marino mostrando mais do mesmo, mas infelizmente o resto do elenco tinha suas fragilidades, o que dificulta e muito. Mas o grande momento desta temporada, com certeza foi um Monday Night Football disputado na semana 13 da temporada regular. O adversário era o poderoso Chicago Bears, que tinha uma defesa dominante (considerada por muitos a melhor de todos os tempos), e que chegara invicto para o duelo.


Mas Dan Marino conseguiu vencer essa defesa com passes rápidos e curtos, o que não dava tempo para os defensores chegarem até ele. Era a única forma de transpor esse time quase imbatível. Os Dolphins venceram o Chicago Bears por 38 a 24, time que posteriormente, ganhariam o Super Bowl daquele ano, com apenas uma derrota em toda campanha, essa para o Miami Dolphins de Dan Marino.

Essa foi a tônica do restante da carreira de Dan Marino, um jogador excelente, com um dos release mais rápido de toda a história da liga, com grande presença de pocket, que venceu vários jogos "sozinho", mas que nunca teve um bom elenco de apoio ao seu redor. 

Dan Marino anunciou sua aposentadoria ao final da temporada de 1999, devido a falta de um time competitivo e as lesões que o atormentaram durante boa parte de sua carreira. 

Marino já era inegavelmente um futuro  Hall da Fama muito antes de se aposentar. E isso se concretizou já em seu primeiro ano de elegibilidade, quando foi condecorado e imortalizado entre os maiores de todos os tempos. Infelizmente o Miami Dolphins não soube aproveitar o talento que caiu no colo, criando times competitivos a altura de seu camisa 13, deixando passar assim a oportunidade de conquistar títulos. Essa camisa 13 foi aposentada pela franquia da Flórida, em sinal de agradecimento e respeito pelo maior jogador que já vestiu o uniforme da franquia.


Esporte não é uma ciência exata e muito menos justo, talvez por isso seja tão apaixonante. Mas um dos maiores "pecados" que ele poderia proporcionar, é  um jogador como Dan Marino não ter sido recompensado com um título. Quem tiver a oportunidade de assistir seus jogos ou mesmo melhores momentos, poderá notar de imediato o quanto ele era avançado para sua época. Em uma época onde o futebol americano era dominado pelo jogo terrestre, um cara apareceu para mudar a lógica e consequentemente o esporte.


Dan Marino terminou sua carreira como profissional com 242 jogos disputados, 61.361 jardas lançadas, 420 passes para touchdown e um rating de 86.4.  Foi selecionado 9 vezes para o Pro Bowl, além de ter terminado a temporada por 5 vezes como o líder em jardas aéreas.

Créditos das imagens: nfl.com, USA Today

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