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Barcelona e seus novos reforços: uma resposta ao tempo?






O tempo realmente é implacável para tudo e todos nessa vida. No futebol  não é diferente. Nos últimos anos, nenhum clube no mundo encantou tanto seus seguidores como o Barcelona. A geração comandada inicialmente por Frank Rjikaard, que alguns anos depois se tornaria quase imbatível nas mãos de Pep Guardiola, aos poucos começa a fazer parte do passado, uma simples lembrança para aqueles que amam o esporte mais popular do planeta. 

A última temporada já deixou muito claro que o Barça já não é mais o mesmo. Ernesto Valverde entrou e, em pouco tempo, transformou uma equipe conhecida por jogar um futebol ofensivo e vistoso; em um time pragmático e previsível. Mas será que essa é apenas uma fase de transição? As últimas ações da direção culé mostram que sim, que o Barcelona está em fase de renovação, e o Brasil é peça chave nesse processo.

Durante meses o clube catalão tentou a contratação do meia Philippe Coutinho, então jogador do Liverpool. A negociação foi das mais difíceis, pois na Inglaterra não existe a tão assombrosa multa rescisória, o que impede que o jogador deixe o clube mediante ao pagamento da cláusula. No fim, após muitas ofertas rechaçadas, o clube conseguiu contratar o craque brasileiro por 120 milhões de euros, mais 25 milhões em variáveis. 

Coutinho foi o nome da seleção brasileira na copa do mundo, e a alguns anos vinha se destacando no Liverpool. Chegou na Catalunha em janeiro desse ano, e mesmo que tenha tido um pouco de dificuldades no inicio, foi importante na reta final do campeonato espanhol e da copa do rei. Em abril de 2018, Andrés Iniesta anunciou que deixaria o clube após doze temporadas na equipe principal. Antes dele, Xavi Hernández, um dos grandes nomes dessa era dourada do Barcelona, já havia se retirado em 2015. E o tempo segue passando, levando embora os artistas plásticos daquelas obras. Se foi também Mascherano, daqui a pouco será Busquets, Piqué, Jordi Alba e, inclusive, Lionel Messi. É a linha do tempo seguindo o seu percurso automático. 

Por isso o clube começa a trabalhar para que o impacto da saída desses homens seja minimizado. Trabalhar com jogadores jovens nunca foi problema para o Barcelona, basta olhar para os elencos das últimas dez temporadas. Em 2011, na final da Uefa Champions League, o Barça levou pro jogo contra o Manchester United onze atletas formados nas 'canteras', sendo sete entre os titulares. É verdade que já tem alguns anos que a base culé não brinda o mundo com umas das suas joias raras, mas de onde saíram tantos, sem dúvidas saírão mais. Enquanto isso não acontece, o mercado terá que apresentar opções. 

O meia Arthur, que brilhou no Grêmio no ano passado, foi a primeira grande aposta pensando no futuro. Jogador de 21 anos, com visão de jogo, passe qualificado e muita personalidade, é considerado um sério candidato a dominar o meio campo da equipe nos próximos anos. Os elogios de Xavi, que disse que "vendo Arthur jogar,  existe a certeza de que o Barça seguirá tendo os melhores meio-campistas do mundo", deixam claro o nível do atleta. E vindo de alguém que aos 5 anos orientava meninos de 12, é bom considerar. 

Depois de Coutinho e Arthur, o Barcelona surpreendeu muita gente ao dar um belo chapéu na Roma. O atacante Malcom, então no Bordeaux da França, foi contratado por 42 milhões de euros. Mais uma jovem promessa, que nesse caso, chega com experiência europeia, algo considerado bem importante no velho continente. Malcom deixou o Corinthians em 2015, vendido ao clube francês por 5 milhões de euros. Apenas três anos e 96 jogos depois, o jovem jogador de apenas de 21 anos já teve seu valor multiplicado por oito. O Barcelona investiu em Malcom e Arthur juntos, cerca de 75 milhões de euros; metade do valor pago por Coutinho. Um negócio que em pouco tempo pode se mostrar muito satisfatório. 

A relação do Barcelona com o Brasil é antiga, começando nos 50, passando pelos anos 70, 80 e 90; até chegar nos anos 2000. Os brazucas com mais destaque por lá foram Evaristo de Macedo, Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho e Neymar. O último, foi o único a ser cotado como o substituto de Lionel Messi, visto por muitos como o único jogador da história do clube como insubstituível. Com a saída de Neymar as coisas mudaram, a direção voltou a pensar o aspecto coletivo, pois os anos estão passando, já não há mais tanto tempo assim. 

Arthur vai vingar em Barcelona? Malcom vai seguir evoluindo e justificará o investimento? Essas perguntas só o tempo e as próximas temporadas poderão responder, enquanto isso, é bom curtir os últimos resquicios da 'era' Pep Guardiola, pois a disseminação total se aproxima. 

Créditos das imagens - Julio Estebán (fcbarcelona.com)


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