Mayfield: uma esperança muito alem do campo
Quinta-feira, 27 de abril de 2017, os Cleveland Browns estão no relógio para a primeira escolha geral do Draft. A decisão era óbvia; vamos com o melhor prospecto dessa classe, Myles Garrett: um defensor com talento para mudar qualquer sistema defensivo, e com potencial para ser um dos melhores 'pass rush' da liga nos próximos anos.
No Draft desse ano essa certeza não existia. Novamente com a primeira escolha geral, a franquia de Ohio tinha uma dura tarefa pela frente, escolher o seu franchise quarterback. Existiam bons nomes na posição (talvez a melhor classe em anos), vários potenciais quarterbacks, que podem ser a cara de uma franquia nos próximos anos. Mas todos tinham suas falhas. Sam Darnold que era o favorito, talvez por ser o teto mais alto desta classe quando o assunto é a posição mais importante do esporte, tinha demonstrado alguns problemas em tomadas de decisões nas jogadas, além de um número excessivo de interceptações e fumbles.
Josh Rosen, o mais pronto de todos, é aquele jogador que tem mais potencial para ser o titular na semana 1. Mas o seu extra campo coloca dúvidas pois ele é considerado arrogante, polêmico, além de não se mostrar 100% comprometido com o grupo caso algo não lhe agrade.
Josh Allen tem um braço incrivelmente forte, capaz de fazer lançamentos potentes, além de ter o biotipo perfeito para a posição. Mas de todos é o que está menos pronto. Falta precisão em seus passes, seus trabalhos de pés são ruins, além de ter enfrentado adversários teoricamente mais fáceis, por vir de uma universidade menor (Wyoming).
Correndo por fora tinha o vencedor do troféu Heisman em 2017, Baker Mayfield. O produto de Oklahoma tem um grande potencial, tanto que venceu o prêmio de melhor jogador do College. Mas é considerado baixo para a posição, além de ter um "pavio curto".
Quando Roger Goodell anunciou a primeira escolha geral do Draft 2018, muitos torcedores de Cleveland não ficaram satisfeitos, pois o escolhido não era o melhor jogador em vários aspectos mesmo com temporadas fantásticas no College. Sim, estamos falando de Mayfield. Realmente ele não está pronto como Rosen, ou tem o braço de Allen, muito menos o talento de Darnold, mas ele tem algo que talvez nenhum dos citados acima possuem até o momento; espírito de liderança. Esse tem sido componente que tem faltado a essa franquia já a algum tempo. Um time outrora acostumado a vencer e ser respeitado, vem sendo motivo de piadas pelo péssimo desempenho nos últimos anos.
Talvez por isso Baker Mayfield tenha sido escolhido. Um vencedor com grande liderança que pode, quem sabe, trazer essa cultura para o time. Fazendo uma analogia ao nosso futebol, ele é aquele jogador que realmente "veste a camisa". Em Oklahoma várias vezes entrou em discussão com adversários devido a sua personalidade forte. Chegou ao ponto de cravar uma bandeira de Oklahoma no centro do campo de Ohio State, em uma partida contra os donos da casa.
Ele tem sim seus defeitos dentro e fora de campo, chegou até tentar escapar de perseguição policial, sendo preso posteriormente. Mas não deverá ser lançado de titular logo de cara, já que os Browns adquiriram o quarterback Tyrod Taylor para começar a temporada até que seu aspirante a franchise quarterback esteja pronto, tanto no aspecto mental, como dentro de campo.
Talvez ele não fosse a melhor opção visando apenas o desempenho dentro de campo (mesmo com bons números em seus quatro anos na universidade; 14,607 jardas lançadas e 131 touchdowns), mas com certeza foi a opção ideal para uma franquia que vem sofrendo de uma síndrome de "vira-latas", com campanhas pífias, agravada ainda mais nesses dois últimos anos com apenas uma vitória em 32 jogos.
Somente o futuro dirá se foi uma escolha acertada, mas esse time tem um grande potencial para uma mudança a médio prazo, com bons jogadores e talvez um líder que a anos não se vê nessa franquia, que é uma das mais tradicionais da NFL.
Falou tudo !!
ResponderExcluirAssino embaixo
A classe de QB's criou uma expectativa muito boa p/ a NFL e vamos aguardar para ver o desempenho desses jovens que poderão ou não corresponder. Muito boa a sua análise. 🙂
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