Futebol brasileiro: a velha arte do 'mais do mesmo'
Aquele que foi chutado após conseguir devolver o Vasco da Gama a primeira divisão, é escolhido como o salvador da pátria em um 2018 que tende a ser desastroso.
A velha mania do nosso futebol: "o que não vale nada hoje, poderá ser a nossa salvação amanhã". O Vasco da Gama mais uma vez confirmou essa máxima, após Zé Ricardo tirar leite de pedra com um elenco pavoroso, o mesmo não resistiu a uma sequência - natural - de resultados muito negativos e pediu pra deixar o cargo. O escolhido pra substitui-lo? Jorginho; de volta 18 meses e 3 treinadores depois. O que o Vasco conseguiu nesse período? A conquista de uma das vagas oferecidas ao atacado para a Libertadores da América, uma eliminação vexatória nessa mesma competição e um agravamento considerável de sua crise política. A resolução pra esses problemas? Trocar o treinador. Troca-lo por quem? Por quem foi demitido pelo mesmo clube pouco tempo antes.
Jorginho comandou o Vasco entre agosto de 2015 e dezembro de 2016, conquistando o titulo carioca invicto em 16. O mesmo foi contratado para apagar incêndio em 2015, assumindo um Vasco virtualmente rebaixado ao fim das primeiras 19 rodadas, em que o time comandado por Celso Roth somava nada mais do que 13 pontos. Jorginho melhorou a equipe, que comandada por Nenê, chegou a última rodada ainda com chances de se salvar, o que não aconteceu. Na série B 2016, uma campanha arrasadora no primeiro turno, e um sufoco desumano no turno final. A última rodada foi decisiva e, só nela, o time garantiu a 3ª colocação a volta para a primeira divisão. Em 87 partidas comandando o time de São Januário, foram 43 vitórias, 24 empates e 19 derrotas; um aproveitamento de 58,6%. A minha dúvida é: qual a chance de isso dar certo?
Do elenco que Jorginho irá encontrar em seu retorno ao clube carioca, poucas peças são remanescentes do grupo que foi comandado pelo treinador em sua primeira passagem, sete - pra ser exato. O elenco inegavelmente perdeu força com as saídas de Nenê, Douglas Luiz e Evander, por exemplo, que foram importantes para as boas atuações que Vasco teve ao comando do Jorginho. Com um panorama onde em apenas 18 meses um elenco muda tanto, é fácil entender o porquê da falta de resultados. De um grupo de quase 30 jogadores, apenas 7 peças se repetem, não existe uma base, uma construção progressiva de um trabalho. No entanto, o futebol brasileiro se mostra a cada ano um pouco mais arcaico. Pra começar tudo do zero, um treinador que não conseguiu dar continuidade a um projeto após um ano e meio de clube, segundo muitos dizem, por problemas com a última administração. O que talvez nem mesmo Jorginho saiba, é que a antiga administração segue infiltrada em São Januário, como um carrapato, Eurico Miranda não "abandonará" o Vasco antes de sua morte - pra desespero do torcedor.
Volto a perguntar: qual a chance de isso dar certo? Vamos lá! O time é ainda mais fraco do que o de 2015-16. Os problemas financeiros estão se agravando a medida que o tempo passa, pois não há uma ação pra quitação das dividas, apenas uma briga por poder sem a menor preocupação com a instituição. Elenco? Não, não há um elenco, há um grupo de jogadores de nível baixíssimo tentando fazer milagres em meio a atraso de salários e direitos de imagem. Não vejo isso com bons olhos, pois Jorginho não fez um 'puta' trabalho no Vasco da Gama pra voltar como uma solução para os problemas crônicos que o time enfrenta. Jorginho, por sua vez, me parece alucinado e iludido quando diz que "esse grupo será capaz que trazer resultados surpreendentes ao final do ano", mesmo que as peças que tem em mãos indiquem exatamente o contrário.
A verdade é que não existe a mínima coerência entre os dirigentes e treinadores no futebol brasileiro; o mesmo que é chutado hoje, volta correndo ao ser chamado amanhã - amor próprio zero. Quem demitiu, se ve sem saída e enxerga no antigo descarte um afago para os problemas momentâneos. Não pensamos no 'hoje', pensamos no 'agora', e esse 'agora' reflete sempre - muito mal - no 'amanhã'. Aguardaremos cenas dos próximos capítulos...
Volto a perguntar: qual a chance de isso dar certo? Vamos lá! O time é ainda mais fraco do que o de 2015-16. Os problemas financeiros estão se agravando a medida que o tempo passa, pois não há uma ação pra quitação das dividas, apenas uma briga por poder sem a menor preocupação com a instituição. Elenco? Não, não há um elenco, há um grupo de jogadores de nível baixíssimo tentando fazer milagres em meio a atraso de salários e direitos de imagem. Não vejo isso com bons olhos, pois Jorginho não fez um 'puta' trabalho no Vasco da Gama pra voltar como uma solução para os problemas crônicos que o time enfrenta. Jorginho, por sua vez, me parece alucinado e iludido quando diz que "esse grupo será capaz que trazer resultados surpreendentes ao final do ano", mesmo que as peças que tem em mãos indiquem exatamente o contrário.
A verdade é que não existe a mínima coerência entre os dirigentes e treinadores no futebol brasileiro; o mesmo que é chutado hoje, volta correndo ao ser chamado amanhã - amor próprio zero. Quem demitiu, se ve sem saída e enxerga no antigo descarte um afago para os problemas momentâneos. Não pensamos no 'hoje', pensamos no 'agora', e esse 'agora' reflete sempre - muito mal - no 'amanhã'. Aguardaremos cenas dos próximos capítulos...
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