NBA 2018/19: Ressurgimento de um gigante ou continuidade dos times "apelões"?

O mundo do basquete não fala de outra coisa. A notícia veiculada por jornalistas americanos de que LeBron James (Cleveland Cavaliers) e Paul George (Oklahoma City Thunder) poderiam ir para o Los Angeles Lakers pode ter surpreendido milhões de fãs da maior liga de basquete do planeta. Porém, a grande verdade é que esta já era uma notícia encaminhada há um bom tempo. Por quê? Porque em fevereiro deste ano uma bomba caiu, esta sim inesperadamente, sobre os fãs da NBA. Os Cavs deram aos Lakers Isaiah Thomas, Channing Frye e uma escolha de primeira rodada do Draft, em troca de Jordan Clarkson e Larry Nance Jr. que rumaram para Cleveland. A grande mágica do negócio foi que a franquia de Los Angeles manteve um baixo teto salarial para a próxima temporada - o Salary Cap já garantido beira os 40 milhões de dólares, um valor muito inferior aos 105 milhões que a franquia gastou nesta atual temporada. Em termos práticos, isso significa que os Lakers podem ir ao mercado e contratar uma ou duas superestrelas sem apertar o teto salarial. E é justamente daí que vem a força para contratar o melhor do mundo e o maior nome do Indiana Pacers nas últimas temporadas, antes de se transferir para OKC. É inegável que com o talento de James e George o Lakers voltaria a ser protagonista da NBA pela primeira vez desde a aposentadoria de Kobe Bryant. Porém, como tudo na vida, até isso tem um lado bom e outro nem tão bom assim.
O outro lado da moeda
Ninguém discorda do fato de que a franquia californiana é uma das maiores da NBA, e a vinda dos dois jogadores seria a pedra angular do reerguimento dos Lakers. Porém, temos visto nos últimos anos cada vez mais o distanciamento técnico de algumas equipes em relação a outras. As finais da NBA tem reunido Cleveland Cavaliers e Golden State Warriors já por quatro temporadas seguidas. Houston Rockets, Oklahoma City Thunder, San Antonio Spurs, Boston Celtics, Washington Wizards e Toronto Raptors são presenças quase certas na pós-temporada, tendo todas estado na fase final em pelo menos em três das quatro últimas temporadas. Em compensação, equipes como Sacramento Kings, Brooklyn Nets e Charlotte Hornets irem aos playoffs têm sido uma grata e rara surpresa. Os Lakers, tema central deste texto, não vão à pós-temporada desde a temporada 2012/13, o que certamente mudará se as vindas de LeBron e Paul George se concretizarem. O "x" da questão é: A vinda de dois super craques criará mais uma potência no Oeste? O Lakers já tem em seu elenco Isaiah Thomas, o grande responsável por levar os Celtics à final do Leste duas temporadas atrás. Além dele, um dos novatos-sensação da atual temporada, Kyle Luzma, e Lonzo Ball, considerado uma potencial estrela. Quem poderia parar um time com tantas estrelas? Houston já têm um grande time com James Harden e Chris Paul, enquanto que os vizinhos californianos dos Lakers, os Warriors, podem se orgulhar da máquina que é o trio Kevin Durant, Stephen Curry e Klay Thompson. O Thunder, apesar de ter sido derrotado pelo Utah Jazz na atual temporada, ainda têm um belo time com Russell Westbrook e Carmelo Anthony. A briga pelo título do Oeste será lindamente imprevisível e acirrada. Contudo, conseguirá o Leste bater de frente? Com a saída de James o Cavaliers decretará sua retirada do cenário. O Miami Heat, apesar de jogar constantemente os playoffs, já não é mais um time encantador. O Toronto Raptors não passa absolutamente nenhuma confiança, afinal trata-se de um time que teve a melhor campanha geral da conferência Leste e acabou varrido pelo mesmo Cavs que já teve sua derrota na série final decretada. O Milwaukee Bucks ainda não está pronto para brigar pelo título. E mesmo com os 76ers se reforçando, é provável que o Boston Celtics acabe sendo a grande esperança do Leste de quebrar a hegemonia ocidental. O Celtics mais que superou as expectativas dos seus torcedores chegando até a grande final da conferência, perdendo apenas no Jogo Sete, tudo isso tendo apenas um time de garotos sem experiência e que por isso muitas vezes acabavam cometendo erros pertinentes à pouca idade. Gordon Hayward jogou menos de seis minutos na temporada devido à lesão sofrida no Opening Night contra o Cavaliers. Coube a Kyrie Irving liderar o time, e ele fez isso durante boa parte do tempo que a bola laranja esteve em disputa para a franquia que carrega o orgulho celta. Todavia, uma lesão sofrida em abril fez com que a grande esperança Celta perdesse o fim da temporada, um baque para os torcedores da franquia mais vitoriosa da NBA. Para a próxima edição da Liga, já com ambos recuperados, o Celtics se torna o time a ser batido no Leste - e o único capaz de derrubar um Oeste que vai se tornando cada vez mais dominante.
Evidentemente, tudo isso é apenas uma conjectura, afinal estamos falando de esporte, a mais ilógica coisa já criada pelo homem. Mas o cenário que se apresenta é totalmente favorável para as franquias das terras mais quentes da América - ainda que aquele que talvez mais se beneficie da cansativa onipresença requerida de James em Cleveland tenha nascido na fria Minnesota.
Nenhum comentário