VAR é bem-vindo na Europa, aqui nem tanto!
Nesta semana que passou, o VAR foi um dos principais destaques, no Brasil e na Europa. Isso é preocupante. Ele é bem-vindo, chegou para ficar e para ajudar os árbitros a errarem menos, mas faltam experiência, conhecimento e sabedoria aos árbitros de vídeo e de campo, aos auxiliares e aos analistas, que amam ou odeiam o VAR.
Além disso, existem, entre muitos que detestam o VAR, um sentimento pessimista, trágico, de que o ser humano e o futebol são injustos, antiéticos, que a maioria pensa só em levar vantagem e que não seria o VAR que corrigiria a injustiça e o mundo.
Tratam o VAR como um justiceiro, como são criticados e rotulados os que tentam fazer justiça a todo custo.
Depois da eliminação do Manchester City para o Tottenham, na semana passada com duas decisões corretas do VAR, a favor do Tottenham, uma no último minuto de jogo, Guardiola disse que gosta do VAR e que não gostaria de se classificar com um gol em impedimento - E tem gente ainda, que não o admira -.
Enquanto isso, os "técnicos jogadores", aqui do Brasil, se transformam em verdadeiros gladiadores dentro de campo, tentando persuadir a interpretação do juiz, nos lances auxiliados pelo VAR.
Houve duras críticas ao VAR e a Guardiola, por não ser capaz de ganhar a Liga dos Campeões, a não ser pelo Barcelona, com Messi, como se um grande técnico tivesse o poder de vencer quando quisesse e como se enfrentasse um fraco adversário.
No sábado (20), sem VAR, no Campeonato Inglês, o City venceu novamente o Tottenham, por 1 a 0.
Todos os técnicos do mundo querem vencer. Todos são pragmáticos. A diferença é que alguns, como Guardiola, e poucos outros, acham que a melhor maneira de ganhar é a ousadia, buscar o gol, com troca de passes e futebol bem jogado, bonito.
A partida entre City e Tottenham foi excelente, com duas viradas e sete gols. Lembrei do texto do escritor Nuno Ramos: “Tudo parece fácil e concatenado quando ganhamos; tudo parece disperso e difícil quando perdemos".
Todos os técnicos do mundo querem vencer. Todos são pragmáticos. A diferença é que alguns, como Guardiola, e poucos outros, acham que a melhor maneira de ganhar é a ousadia, buscar o gol, com troca de passes e futebol bem jogado, bonito.
A partida entre City e Tottenham foi excelente, com duas viradas e sete gols. Lembrei do texto do escritor Nuno Ramos: “Tudo parece fácil e concatenado quando ganhamos; tudo parece disperso e difícil quando perdemos".
A frequente discussão sobre o que é melhor e mais eficiente, pressionar e ter o domínio da bola e do jogo ou recuar e fechar os espaços para contra-atacar, é um papo furado e ultrapassado.
O futebol é uma modalidade coletiva, diversos elementos pequenos podem fazer a diferença em uma partida, é por tão pouco que se ganha e se perde.
"O apito final estabiliza violentamente aquilo que, no transcorrer do jogo, parece um rio catastrófico de mil possibilidades, a nos arrastar com ele".
Créditos da imagem: Phil Noble/Reuters - Globoesporte.com
Referencias:
RAMOS, Nunes. Ao redor do futebol: Belo Horizonte, 2008.
WISNIK, José. Veneno remédio: O futebol e o Brasil, Belo Horizonte, 2008.
O futebol é uma modalidade coletiva, diversos elementos pequenos podem fazer a diferença em uma partida, é por tão pouco que se ganha e se perde.
"O apito final estabiliza violentamente aquilo que, no transcorrer do jogo, parece um rio catastrófico de mil possibilidades, a nos arrastar com ele".
Créditos da imagem: Phil Noble/Reuters - Globoesporte.com
Referencias:
RAMOS, Nunes. Ao redor do futebol: Belo Horizonte, 2008.
WISNIK, José. Veneno remédio: O futebol e o Brasil, Belo Horizonte, 2008.
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