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Em jogos de mata-mata, ser superior não significa ser favorito




A eliminação do PSG foi surpreendente, mas nem tanto. Já que o time sem Neymar, está no mesmo nível do Manchester United. Mesmo com a ausência de vários jogadores importantes como Pogba, o United foi valente e mereceu a classificação heroica. Inesperado foi os dois times vencerem no campo do adversário por dois gols de diferença.

Nos últimos momentos decisivos da carreira de Neymar, ele não estava presente em três - as duas últimas Ligas dos Campeões e a Copa do Mundo de 2014 -, além de ter jogado o Mundial de 2018, na Rússia, sem estar em suas melhores condições. Tudo por causa das fraturas no pé e na vértebra, que obviamente não dependeram de sua vontade, no entanto, só vemos isso acontecer com Neymar. É preciso rever seus métodos de jogo.



Os adolescentes do Ajax deram um banho de bola nos craques do Real Madrid. A goleada foi ensaiada na primeira partida, quando o Ajax foi melhor, criou muitas chances, mas perdeu. 


Lamento a contusão de Vinícius Júnior, uma das esperanças do futebol brasileiro.
Sempre comento em bate-papo de roda de amigos, sobre o potencial de Vinícius Júnior. Desde as primeiras partidas pelo Flamengo, ele tem uma incrível habilidade e velocidade nas arrancadas iniciais e nos médios e longos espaços, mas continua, como era no Brasil, com deficiências na finalização, no passe decisivo e nas escolhas. Essas são as virtudes que definem um craque.
As pessoas continuam confundindo habilidade, técnica e criatividade. O talento é a união, a síntese, dessas três características, mais a eficiência física e emocional. Os craques possuem todas essas virtudes, porém, em variáveis proporções. 

Cristiano Ronaldo tem uma técnica tão espetacular nas finalizações, que sua habilidade costuma passar despercebida. Messi tem a habilidade, a técnica e a criatividade dos grandes armadores e atacantes. 

Embora seja nitidamente inferior, Neymar também possui esse imenso repertório. 

Mbappé e Hazard têm ótima técnica, mas se destacam muito mais pela velocidade e pela habilidade. Griezmann é essencialmente um jogador técnico, minimalista e polivalente. Em poucos movimentos, decide bem as jogadas.

Aqui pelo Brasil, tudo na mesma. Estaduais acontecendo, times pegando entrosamento na base de chutões e bolas aéreas. Claro, com raras exceções, no entanto, se analisarmos bem, os bambambãs do momento não são tão superiores. Não podemos confundir bons jogadores com craques, aqueles que tiram um coelho da cartola. Por aqui, estamos recheados de jogadores medianos e bons jogadores. Por isso o “assustador baixo equilíbrio” é uma realidade em solo pátrio.

Em tempo de libertadores, é tempo de reacender a nossa prepotência canarinha. Os times copeiros gostam de bater no peito e enaltecer as estrelas de seu escudo. Em jogos mata-mata, ser um pouco superior não é suficiente para ser favorito, já que vários outros fatores estão presentes, como o tempo de trabalho dos treinadores, a estratégia de jogo, a situação dos gramados, a pressão das torcidas, a emoção e o acaso.

No imaginário do cidadão brasileiro, - entendendo ou não de futebol - somos sempre os melhores, o país de muitos craques, mesmo com tantas decepções, chutões, jogadas aéreas, vários jogadores medianos e outras deficiências. É difícil enxergar o óbvio. 

REUTERS/Christian Hartmann / Site: recordeuropa.com

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