Timidamente, o futebol brasileiro começa a evoluir
Neste final de semana, algo diferente me chamou a atenção: a diferença
entre as entrevista dos jogadores europeus e dos brasileiros. A desenvoltura do
europeu com o microfone é melhor, mais solto, sem fugir de perguntas que de
fato não tem porque fugir. Os jogadores brasileiros já possuem o discurso pronto
e formatado, respostas clichês, normalmente coçando o lóbulo da orelha.
O que me causa estranheza é que não deveria ser assim, não somos nós,
brasileiros, que temos molejo para lidar com o improviso? Deveríamos nos
questionar, penso que até nisso, não somos tão bons quanto pensamos.
Precisamos olhar para frente, evoluir, nosso futebol precisa
prosperar...
No Brasil, há muita gente trabalhando no futebol, fora da realidade e na
mentira. Clubes, dirigentes e marqueteiros contratam jogadores medianos como se
fossem bons e bons como se fossem craques. O torcedor, consumidor, é enganado.
Ele cria uma expectativa imensa e se decepciona nas primeiras derrotas.
Os técnicos medalhões que tanto criticam os novos e promissores, em vez
de se lambuzarem com enormes salários, deveriam lutar por vencimentos menores e
por mais estabilidade. A supervalorização dos treinadores é uma das razões de
tantas trocas, pois, nas derrotas, há sempre a ilusão de que faltou o dedo do técnico,
uma mágica ação.
A imprensa precisa também evoluir. Nos programas esportivos, são cada vez
mais frequentes as enquetes e as comparações sobre tudo, para saber quem foi
melhor. É muito chato isso, falta repertório proveitoso, percebo claramente que o intuito é gerar polêmica.
O futebol brasileiro precisa evoluir, dentro e fora de campo. Até a CBF
já percebeu isso, ao propor a limitação da troca de apenas um técnico por clube
durante o Brasileiro e também a presença do VAR, pago por ela. É momento de celebração, finalmente começamos a caminhar para o lado correto - antes tarde do que nunca.
Todos nós envolvidos com futebol, independente do grau da relação, precisamos estar adeptos a mudanças. Assim
como a sociedade se modifica, com costumes, modismos, tecnologias; o futebol
também se modifica. É preciso evoluir.
Créditos da imagem: Lucas Figueiredo/CBF
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