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Em uma semana, Vasco da Gama voltou a ser gigante!





Há uma frase de Albert Einstein que  gosto muito: “No meio da dificuldade, encontra-se a oportunidade”. Não interpreto essa frase no sentido pejorativo, de um oportunismo absoluto que se aproveita de uma situação delicada. Às vezes, a oportunidade se apresenta de maneira camuflada, somente “pessoas especiais” são capazes de decifrá-la.

O presidente do Vasco, Alexandre Campello, conseguiu em uma semana trazer de volta o gigantismo do clube. Jogou para escanteio os acordos políticos e comerciais e colocou o lado humano na frente de tudo – como a vida deve ser -.

A homenagem feita ao Flamengo na ultima quarta-feira (13/02) contra o Resende, foi apenas um ato simbólico, no entanto, de muita nobreza e dignidade. Quebrar o peso da rivalidade foi um belo gesto que emocionou muita gente, o tributo é exatamente este: o Vasco e o Flamengo, juntos, num raro momento em mais de 100 anos.

A frase clichê “Não é só futebol” virou moda nos dias de hoje, nunca foi tão dita nas mídias sociais e veículos de comunicação. No Vasco, nunca foi só isso. E se tem algo que orgulha o seu torcedor é essa capacidade do clube olhar além da bola e de enxergar além da farda, de forma muito mais profunda do que um simples escudo.

Se o "clube" Vasco da Gama fosse uma pessoa, definiria ele como um velho português criado em São Cristóvão, casado com uma pernambucana que morasse no litoral de Santa Catarina, mas de família paranaense, talvez de Londrina, isto é, da mais intensa miscigenação, não me espantaria se ele entrasse em campo com uma camisa vermelha e preta e os olhos marejados por não ter tido tempo para sentar com aqueles garotos e comido alguns bolinhos de bacalhau após um dia de treino.

Infelizmente, ninguém mudará o passado, mas o futuro é possível. Ainda que com pequenos gestos. Essa é a grande batalha. O Vasco de Campello entendeu isso.

Na final da taça Guanabara, a bagunça desenfreada do campeonato Carioca, mais um vez, roubou a cena. 

O Vasco, com quase 30 mil ingressos vendidos antecipadamente, recebeu a informação no apagar das luzes que o evento seria com portões fechados. Existem quatro fatores que dão razão ao Vasco no episódio da velha e estúpida briga pelo setor sul, à direita das tribunas do Maracanã: o regulamento do Campeonato Carioca, o contrato com o Maracanã, a inadimplência do Fluminense e a tradição histórica. Campelo bravamente lutou, insistiu, pagou pra ver, comprou briga, sujeitou-se a pagar multa. O lado que é mais importante não é o da direita ou o da esquerda, mas o certo.

Penso que, Campello finalmente demonstrou que seu coração balbucia freneticamente pelo Vasco, é isto que a torcida quer ver, o sentimento de estar do mesmo lado, o lado certo.
Por muito pouco não tivemos uma volta olímpica solitária, uma taça erguida para ninguém, um gol de final silencioso. Em resumo, um jogo sem alma.
Campello não é um santo, o que ele fez de errado, não pode ser apagado. Entretanto, acredito que ele tenha ganhado respeito, será a sua primeira chance com a torcida vascaína, talvez a única.
A caravela vascaína, de tantas glórias e conquistas, que passou por incontáveis tempestades e vendavais; ainda é aquela que carrega a cruz de malta no peito, bem ali, na altura do coração. 

Créditos da imagem: Rafael Ribeiro / Vasco


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