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Futebol e sua complexidade; o que dava certo ontem, hoje não dá mais!

                                                                     

O futebol é complexo. Nós é que tentamos simplificá-lo, com nossas racionalizações e comentários clichês em cada bate papo com os amigos.

A média de gols do Brasileiro é baixíssima. Isso ocorre por deficiências técnicas, por ter poucos bons centroavantes e, principalmente, porque as equipes passaram a marcar com mais jogadores e de uma maneira mais organizada.

Atualmente, todos os times brasileiros marcam com duas linhas de quatro. O problema é que, quando recuperam a bola, falta qualidade técnica, hábito de trocar passes e intensidade para atacar com muitos jogadores. Preferem os chutões, que acaba se transformando em "lançamentos" para área. Daí, o número baixo de gols.

Durante longo período, as equipes brasileiras desprezaram essa formação defensiva. Achavam que era uma retranca absurda, sem poder de fogo. Predominou, nessa época, o sistema tático com dois volantes e dois meias centralizados, mais dois atacantes; o tradicional (4-4-2) que na prática transformava-se em (4-2-2-2).

Outro esquema que também era muito comum, (4-3-1-2), com um trio no meio-campo, formando um losango, com três volantes, um meia de ligação e dois atacantes.

Nas duas formações, não havia atacantes pelos lados. Os laterais defendiam e atacavam, isoladamente, com a cobertura dos volantes.

Hoje, algumas equipes europeias têm atuado com um trio no meio-campo, um jogador de cada lado e um centroavante. Pode chamar de (4-1-4-1), (4-3-3) ou (4-5-1). Não faz diferença. Para mim, é fascinante. 

Quando a equipe perde a bola e não pressiona para recuperá-la onde a perdeu, recua e marca com cinco no meio-campo e mais quatro atrás, uma verdadeira aula de sintonia. Até quando ocorre o gol adversário, é detectado muito mais as virtudes do adversário, do que falhas na composição estratégica da equipe.

Claro, não posso deixar de lembrar que há dezenas de outros fatores envolvidos nas atuações e nos resultados das equipes, como a "sorte", os problemas físicos, emocionais, disciplinares e, principalmente, a qualidade dos jogadores. 

No passado, os grandes times e craques tinham mais espaço e mais chances de fazer gols, o que valoriza ainda mais os grandes atacantes atuais, como Cristiano Ronaldo e Messi, com um número absurdo de gols. Se Pelé jogasse hoje, talvez fizesse uns 500 gols a menos.

No imaginário da maioria das pessoas, de todas as épocas, tudo o que aconteceu em um período anterior foi melhor. Além disso, lembramos as coisas grandiosas e esquecemos as inúteis. É um mecanismo de defesa.

O futebol mudou, evoluiu, e agora; os detalhes fazem toda a diferença.

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