A Copa do Brasil não deveria ser tão importante como o Brasileirão!
Mudaram as estações.
Em todos os
países que se joga futebol de alto nível, principalmente na Europa, a liga, ou
campeonato nacional, são os mais importantes em
comparação com as copas. O apelo é geralmente mais democrático nas copas, que
normalmente são compostas por clubes de várias divisões.
Claro, como
de costume, o Brasil prefere remar contra maré. Afinal de contas, quem são os
europeus se aqui é o "país do futebol”.
Desde o ano
passado (2017) a coisa vem mudando de figura. Observamos que a copa do Brasil vem ganhando
status mais elevado que o campeonato Brasileiro. Apesar de
sabermos que o principal motivo para tal sucesso, é a premiação milionária, -
maior que a do Brasileirão e até mesmo da libertadores da América -, há também
outros aspectos relevantes que não podemos deixar de observar. Exemplo: O
caminho mais curto e a emoção dos jogos “mata-mata”.
É inegável que o chamado modelo “mata-mata” é
muito mais emocionante que o de pontos corridos. Por outro lado, o Brasileirão é
mais justo com o trabalho sério, contínuo, e tende retribuir o time mais
regular, aquele que soma mais pontos ao final da temporada. Com isto, um time
pode até se dar ao luxo de perder algumas partidas, e ser campeão
no final.
Na Copa do
Brasil, uma derrota pode ser o fim da competição para a equipe vencida. Isso é justo? Quase sempre não! Mas é vibrante, emocionante, e isto também faz parte dos temperos do futebol.
Vejo com
bons olhos uma generosa premiação, afinal de contas, dinheiro é preciso. No entanto,
um funcionário não pode receber um salário maior do que seu chefe. Isso é
inversão de valores.
Toda essa obra é orquestrada
pela CBF, é claro. Que deveria ajustar o calendário do futebol brasileiro e, rever
todo o seu planejamento. A
CBF e os parceiros comerciais, por interesses políticos e financeiros, não
querem mudar a caótica situação.
De toda
forma, é provável que este modelo de abordagem das diferentes competições
continue por mais tempo, ainda mais se levarmos em consideração os desgastantes
e improdutivos campeonatos estaduais e a presença de alguns torneios
regionais, como a Copa do Nordeste, Copa Verde e Primeira Liga, que incham
ainda mais o calendário das equipes brasileiras.
Nada me tira
da cabeça que, esta estratégia maluca de inversão de valores da CBF, é uma
forma de privilegiar ou reparar a melancolia dos “perdedores chorões”, aqueles
que vão dizer: Prefiro ganhar a copa do Brasil, do que o campeonato brasileiro.
Melancólicos sim, mas cheios de dinheiro.
Tenho a
impressão que estamos nadando para o lado errado. Hoje, o antigo país do futebol,
é também o país da inversão de valores, da truculência, da corrupção, do desrespeito à democracia e da desesperança no futebol.
Sugestão de tema: Ricardo Couto
Créditos da imagem: Rodrigo Rodrigues/CBF
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