Seleção brasileira feminina inicia caminhada rumo às Olimpíadas 2020
A seleção brasileira feminina de basquetebol, fez sua estreia no Campeonato Sul-Americano Adulto Feminino 2018, realizado em Tunja, Colômbia. O Brasil está no grupo A, com Paraguai, Venezuela e Chile. Os dois melhores avançam às semifinais, e os vencedores fazem a decisão do campeonato. Os quatro melhores do torneio, se classificam para o Pré-Olímpico de 2019, ainda sem local definido.
A seleção brasileira é atual campeã do torneio (2016), e da última conquista, permanecem no elenco nacional apenas cinco atletas: a armadora Tainá Paixão, as alas Tati Pacheco e Jaqueline, e as pivôs Nádia e Gil. O grupo iniciou os treinamentos no último dia 10 de agosto, na cidade de Campinas. Com duas semanas de treinos intensos, o treinador Carlos Lima definiu o grupo de 12 jogadoras que representará o Brasil no último dia 27, são elas:
Armadoras: Babi Honório (Vera Cruz/Campinas), Lays da Silva (São Bernardo/Instituto Brazolin/Unip) e Tainá Paixão (Las Heras-Argentina).
Alas: Izabella Sangalli (Club Tomás de Rocamora/Argentina), Jaqueline de Paula (Basketball Santo André/Apaba), Raphaella Monteiro (União Sportiva/Portugal) e Tati Pacheco (Sampaio Basquete).
Pivôs: Clarissa dos Santos (Lyon Asvel/França), Érika de Souza (Perfumerías Avenida/Espanha), Stephanie Soares (ADC Bradesco), Nádia Colhado (Uni Girona/Espanha) e Gil Justino (Vera Cruz/Campinas)
Do grupo, destaque para as jovens Lays e Stephanie. Lays, fez grande LBF, e surge como grande novidade na equipe nacional. Já a pivô Stephanie, de apenas 18 anos, é uma grande aposta do nosso basquetebol feminino, alta, com boa envergadura e potencial absurdo, deverá ter poucos minutos em quadra, mas aprenderá bastante, principalmente com a presença da veterana e ícone do nosso basquetebol feminino nos últimos anos, Érika de Souza.
O Brasil, fez uma estreia tranquila, vencendo a Venezuela por 77 a 42. Dominante durante os quatro períodos, a seleção teve como destaques a pivô Clarissa, com 15 pontos e 7 rebotes e a também pivô Érika, com um duplo duplo de 11 pontos e 10 rebotes.
Já na segunda rodada, a seleção brasileira enfrentou a equipe do Paraguai, vencendo a partida com o placar de 100 a 75. Destaque para as atletas Clarissa, com 25 pontos e 15 rebotes e Jaque com 27 pontos e 5/8 nos chutes de 3 pontos.
O próximo desafio será contra a equipe do Chile, neste sábado, dia 01 de Setembro. Todos os jogos estão sendo transmitidos ao vivo pelo canal da FIBA no YouTube.
Analisando os dois primeiros jogos, fico bastante feliz com o processo de renovação do nosso sofrido basquetebol feminino. Se no masculino, nossa modalidade já não vem de bons resultados a nível mundial, no feminino a situação é bem pior. Nossa seleção feminina sofre com a escassez de atletas, clubes, investimento e estrutura. Estamos fora do Mundial desse ano, e lutamos por uma vaga nas próximas Olimpíadas. A situação do basquetebol feminino é lamentável, mas, aos poucos vamos saindo do buraco, se o caminho é longo, pequenas conquistas já são animadoras. Na última edição da LBF, tivemos algumas gratas surpresas, não só dentro de quadra, mas principalmente fora dela, com transmissões ao vivo de todos os jogos via TV Gazeta e Facebook. O caminho para a modalidade seguir crescendo é apostar em divulgação, envolvimento com o público, massificação do esporte, e investimento nas categorias de base. Com mais atletas praticando o basquetebol, teremos mais qualidade.
Comissão técnica, treinador Carlos Lima ao centro |
Voltando um pouco para nossa seleção, as duas primeiras partidas foram animadoras. É verdade que tanto Paraguai quanto Venezuela não são grandes equipes, mas a seleção brasileira teve duas atuações sólidas, e não deu a mínima chance para zebras. Destaco aqui o trabalho do treinador Carlos Lima, pois, diferente das últimas competições, esse grupo parece estar em uma harmonia animadora, vibrando a cada instante, e incentivando as mais novas, e isso é trabalho da comissão técnica. No lado técnico, a CT também parece fazer grande trabalho, com boas movimentações, transições rápidas, e apostando no jogo interno. Destaco o forte trabalho das pivôs, em especial Érika e Clarissa, que dominaram o garrafão nos dois jogos, com excelente trabalho interno, encontrando espaços, dominando a marcação individual, e sempre que a equipe adversária montava uma defesa por zona, nossas pivôs observavam bem esse movimento, e giravam a bola com rapidez para encontrar espaços vazios.
Excelente trabalho também da ala Jaque, vivendo ótima fase, a ala anotou 27 pontos contra o Paraguai, e mais do que a pontuação, soube aproveitar muito bem os espaços dado pela equipe adversária, chutando incríveis 5/8 do perímetro. Na armação, a titular Babi conduz a equipe muito bem, armadora alta, inteligente e boa marcadora, gosto muito de suas tomadas de decisão, gostei mais ainda da dupla armação. Em alguns momentos, o treinador aposta na Tainá Paixão como segunda armadora, assim, tendo mais liberdade para pontuar, e dando mais mobilidade e inteligência ao ataque. Gosto muito dessa formação, e gosto mais ainda da Tainá atuando como segunda armadora, pois ela possui um ótimo chute de média, e excelentes infiltrações, atuando nessa posição, creio que o ataque brasileiro pode ganhar muito em produtividade.
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Grande destaque nos dois primeiros jogos, pivô Clarissa |
Foram apenas dois jogos, mas gostei bastante do que vi até agora, e acredito no título brasileiro, que este seja apenas o primeiro passo de uma renovação em nosso basquetebol feminino, e que em 2020, possamos contar com uma equipe renovada. O basquete feminino é gigantesco, e não pode continuar onde está. Que os tempos de glória retornem, e que nosso país volte a ser uma potência mundial no basquetebol.
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