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Hortência, a rainha pouco reverenciada




Hortência de Fátima Marcari, ou simplesmente Rainha Hortência. Precisamos falar sobre ela, precisamos conhecer essa gigante da história brasileira, não apenas história esportiva, não apenas história basquetebolistica. Rainha Hortência, nascida no interior de São Paulo, na cidade de Potirendaba, em 23 de Setembro de 1959. Começou a jogar basquete como muitas crianças brasileiras, ao acaso, com grande aptidão para os esportes, e boa coordenação, teve um aprendizado rápido. Começou a prática esportiva dentro do colégio, aos 13 anos de idade. Sem recursos para comprar tênis apropriado, bolas e demais materiais, ou simplesmente ir para os treinos, pensou em desistir, mas como na maioria dos casos, teve a ajuda e o incentivo de seu professor na época, Waldir Pagan. Aos 15 anos, já integrava a Seleção Brasileira de sua idade, daí pra frente, seu sucesso foi só aumentando...

Hortência é um ícone, determinada, guerreira, batalhadora, mulher! Superou todos os obstáculos, em um país sem grande estrutura para o basquete, menos estrutura ainda para o basquete feminino, mas ela tinha mais do que isso, tinha força de vontade, inteligência, determinação. Hortência é uma gigante, fruto de muito treino, habilidade, técnica, é até complicado escrever um texto sobre a Rainha, faltam palavras, sobram sentimentos...

É praticamente impossível falar sobre a carreira dessa mulher extraordinária em um breve texto, precisaríamos escrever livros e mais livros, e ainda assim, creio que seria difícil quantificar o quão grande ela foi e é. Por isso, ficarei restrito apenas a falar sobre as suas participações nos mundiais, e mostrar um pouco do que ela foi dentro das quadras. A nossa rainha, teve seu nome incluído na votação organizada pela FIBA, no último dia 11, para escolher a maior jogadora da história dos mundiais organizados pela organização. No momento que escrevo esse texto, nossa rainha lidera com 84% dos votos, suas concorrentes são as excepcionais norte-americanas: Lisa Leslie, Diana Taurasi, Maya Moore e Sue Bird; as australianas Lauren Jackson e Penny Taylor; a tcheca Hana Horakova e a russa Elena Baranova.

Campeã do mundial de 1994, realizado na Austrália, teve 27,6 pontos de média, com destaque para os 32 anotados diante dos Estados Unidos, na semifinal, foi a cestinha dessa edição. Também foi cestinha em mais três ocasiões. Em 1979, jogou seu primeiro mundial, onde o Brasil finalizou a competição em 9° lugar, obteve média de 21,1 pontos por jogo. Já em 1983, ficamos na 5ª colocação, com a rainha anotando 28,7 pts/j. Em 1986, 11º colocado, com média de 18,5pts/j. Em 1990, 10° lugar, com média de 32,1 pontos por jogo. Tendo como ápice realmente a participação no mundial da Austrália, em 1994. Além dos números, Hortência é sem dúvida um marco histórico, está no patamar das grandes lendas do esporte, ao lado de Michael Jordan, Magic Johnson, Kobe Bryant e tantos outros nomes famosos e amplamente comentados. Nossa rainha mudou o jogo, e mudou nosso basquetebol. Uma pena, que um 'ser' dessa grandeza, não seja tão reverenciada como merece dentro de seu reino.

O link para votação está aqui, basta clicar e votar. deixo também alguns vídeos para que vocês possam ter um pouco da dimensão de quem é Hortência, aqui seu discurso de entrada no Hall da Fama do basquetebol e os instantes finais do mundial de 1994.

Precisamos falar sobre nossos ídolos, precisamos mais do que isso, reverenciar aqueles e aquelas que tanto fizeram pelo nosso país, nosso esporte. Principalmente quando falamos de nosso basquete feminino, tão machucado e esquecido, não podemos esquecer jamais de quem tanto brilhou e lutou pelo basquete. Hortência é nossa rainha, e como tal, precisa e merece ser reverenciada o máximo possível! Vida longa à rainha, exemplo de atleta, mulher, guerreira. Parabéns Hortência.

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