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Grêmio titular ainda possui o futebol mais bonito do Brasil




O rendimento desta rodada foi “mais do mesmo”. Ainda mais com as competições mata-mata sendo disputadas o ano todo. Calendário inchado, pouco tempo para treinar, pressão por resultados imediatos, torcidas insanas nos estádios e redes sociais. O negócio é pensar no próximo jogo da competição tratada como prioridade, fazer o simples sem muita margem de evolução. É o que temos para hoje.
O São Paulo foi heroico sem Nenê e Everton no quarteto ofensivo e perdendo Diego Souza expulso ainda no primeiro tempo contra o Fluminense no Morumbi. Na raça conseguiu o empate com Tréllez, o reserva que já descomplicou outras partidas. Mesmo assim, é muito pouco.
Os concorrentes principais no momento, Flamengo e Internacional, deixaram pontos pelo caminho, falhando em partidas que não deveriam falhar.
Falta ainda ao Flamengo um maior repertório ofensivo. Marlos Moreno é mais um atacante habilidoso, rápido, driblador, porém, com pouca técnica, além de confuso nas decisões. Vitinho é excelente jogador, mas ainda não foi o Vitinho que conhecemos. Henrique Dourado muito distante do brilho da temporada passada. Paquetá, ainda não tem a lucidez de Maicon do Grêmio. O meia do Flamengo alterna brilhantes jogadas com outras ruins, como a perda da bola no próprio campo. O que é compreensível, pela imaturidade e pelo fato de ele ser um jogador da ligação.

Cruzeiro tem um excelente time, seu técnico Mano Menezes, macaco velho e retranqueiro, comete menos erros. Sua grande qualidade é planejar o que deve acontecer a cada jogo. A estratégia é levada tão ao limite, que o time flerta com o perigo, como o de aceitar até perder por um gol, quando é o que basta. Isso é muito arriscado.

O Palmeiras, que, com a contratação de vários jogadores sonhava formar uma grande equipe para dominar o futebol brasileiro, uma nova academia, moderna, para desfrutar e transmitir conhecimentos, caminha, mesmo se conquistar títulos, para ser um time comum, que quer ganhar de qualquer jeito, até com os pontapés de Felipe Melo e chutões da defesa para o ataque no maior estilo Felipão de ser.

A exceção é o Grêmio. Mesmo com oscilações ao longo da temporada e a dura adaptação à perda de Arthur para o Barcelona, o time de Renato Gaúcho continua jogando, na média, o melhor futebol do país. Trabalho menos longevo que o de Mano Menezes no Cruzeiro, porém mais assimilado e conseguindo manter o rendimento acima dos demais.
É o único capaz de proporcionar espetáculos como os 4 a 0 sobre o Botafogo. Sim, adversário frágil, em Porto Alegre. Mas quantas vezes os de mais concorrentes envolveram com tanta facilidade os oponentes mais fracos e ainda brindando o público com belas tabelas, triangulações e dribles?
Maicon assumindo a organização, como é prazeroso vê-lo jogar. Pelo domínio da bola no meio-campo, precisão nos passes e lucidez para escolher, no momento certo, entre o toque para o lado para manter a posse de bola, e o para frente, para um companheiro livre. Foi um show a parte na distribuição contra o Estudiantes, no meio de semana pela libertadores, e novamente neste final de semana contra o Botafogo, pelo brasileiro.

Na frente, Jael se firmando como titular e Everton Cebolinha como o elemento desequilibrante partindo da esquerda para criar e finalizar. Alta posse de bola, ocupação do campo de ataque, mas também com solidez defensiva. A dupla de zaga, em minha opinião, é disparadamente a melhor do Brasil.

Mesmo com tanto equilíbrio, o time caiu na Copa do Brasil para o Flamengo, Sendo inferior aos rubro-negros nos 180 minutos. Ofereceu perigo em algumas vezes, não abrindo mão da sua maneira de jogar, que nos melhores momentos, combina beleza e eficiência como nenhum outro no Brasil. No entanto, nem sempre isso é o suficiente. Contra o Flamengo não foi.

Créditos da imagem: Jornal Zero Hora

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