É vergonhoso jogar na retranca?
Até mesmo os grandes times precisam saber em
alguns momentos, defender primeiro, com mais segurança, para, depois, tentar
ganhar o jogo. Repito, “em alguns momentoS”, e não o tempo todo.
O Corinthians, atual
campeão Brasileiro – nem parece -, perdeu por 1 x 0 para o Palmeiras e empatou
sem gols com o Flamengo. Em dois jogos sob o comando de Jair Ventura,
aproximadamente 190 minutos de futebol, chutou exatamente “zero” bolas ao gol.
Particularmente,
acredito que Jair Ventura sabe exatamente o que tem em mãos: um time
extremamente limitado, mas que precisa de uma resposta aceitável, diante das
possibilidades. E ele vem buscando
exatamente isso, dando consistência defensiva ao time. É o máximo que ele pode
desenvolver?
Fica claro que, a continuar assim, o
Corinthians só conseguirá a classificação para as finais da copa do Brasil em caso de disputa por pênaltis.
E o Palmeiras? Felipão disse uma frase
assombrosa: ''precisamos ter muito cuidado quando tivermos a posse de bola''.
Ora, não seria o contrário? Se eu tenho a bola, é bom o rival ter cuidado! Com
o dinheiro que tem, com os jogadores que tem, o Palmeiras podia ser mais
agressivo. Marca um e recua, em busca de um contra-ataque. Se tivesse outra
postura, poderia, quem sabe, golear o Corinthians.
O Cruzeiro ganha disparadamente
o prêmio de “The best Retranca”. Ao contrário do Corinthians, tem boa opção de
contra-ataque. Mesmo assim, parece sempre ser um time que aposta em uma
classificação no limite, flertando com a possível eliminação até o ultimo
segundo.
O Flamengo ataca, ataca e chuta pouco. A irregularidade da
equipe é muito mais pela ousadia, sem ter talento para tanto, porém, é um time
agressivo, que tenta, vai para cima, mas é pouco efetivo. Seu ataque é
ineficiente.
O São Paulo faz um gol e volta correndo para
a defesa. Rejeita a bola e aposta na velocidade de Rojas e Everton. Muito pouco
para um time que luta bravamente pelo título do campeonato Brasileiro.
Há muitas maneiras de jogar. E não sou eu quem vai dizer para todos jogarem no 2-3-5 para termos grandes goleadas, em memória
a um passado que não existe mais. No entanto, é preciso ter, ao menos, duas
atitudes diferentes na minha opinião:
Os bons times, ao
marcarem o primeiro gol e sentirem o abalo do rival, precisam buscar logo o
segundo. Instinto assassino. Como hienas quando sentem cheiro de sangue.
E os times que dão a bola para o inimigo,
precisam ter a possibilidade concreta do contra-ataque sem medo de ser feliz.
Dá para melhorar nosso futebol. Basta
diminuir o medo de jogar.
Créditos da imagem: Site Espn
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