Perder não é falhar, falhar, é ter tanto medo de perder, que você não chega a tentar. E o Brasil tentou
Foi demais, foi muito mais, voltamos a entender o que é ser brasileiro quando o assunto é futebol. Ser eliminado nas quartas de final é bom? Óbvio que não, queríamos - como torcedores - comemorar o 'hexa', ter mais um horário alternativo no trabalho e beber até cair após mais uma vitória. Mas, essa seleção nos devolveu a expectativa positiva em uma copa do Mundo após o vexame do '7 a 1'. Isso era inimaginável dois anos atrás quando Dunga, com toda a sua "categoria", caminhava a passos largos em direção a destruição do futebol brasileiro.
A sensação de terra arrasada não existe, dessa vez, isso ficou de lado, pois o trabalho foi bem feito. É mania de brasileiro achar que toda a derrota deve ser encarada como "demérito nosso", e nunca com a lógica de que o nosso adversário teve seus méritos, e "talvez", tenha merecido a vitória.
Essa geração belga, tão criticada pela falta de resultados relevantes, fez o que se esperava dela levando em conta os seus craques; venceu um grande jogo e chegou em estágio considerado satisfatório em um mundial.
Eden Hazard se aproximou muito daquele jogador que se destacou no Chelsea, que o transformou em um dos nomes mais desejados por vários gigantes do futebol mundial. Kevin De Bruyne desistiu de ser aquela promessa e provou ser a realidade que Pep Guardiola deixou claro que ele é. Lukaku, 'que homem'! A Bélgica fez seu jogo, foi gigante nos seus moldes, e eliminou a seleção que mais vezes teve o prazer de levantar essa taça.
Portanto, vamos celebrar a ressurreição do nosso futebol. A seriedade, a humanidade, a consolidação de um padrão tático - tão exigido pelos comentaristas de mesa de bar. O Brasil foi tão grande quanto a Bélgica, a vencedora da 'parada'. O Brasil tentou, buscou, criticar esse ou àquele jogador é muito vazio.
Espero que o trabalho seja mantido, que Tite permaneça no cargo e dê seguimento em um trabalho que tende a trazer resultados gloriosos para a nosso futebol. Basta relembrar as duas primeiras apresentações da seleção nessa copa do mundo, que contaram com exibições pífias de Neymar. Após isso, claramente o técnico do Brasil tomou uma atitude, que acarretou em uma bela mudança de postura do nosso camisa '10'. Isso é comando, algo que não tínhamos um tempo atrás, e que ficou muito claro com o seu Adenor a frente do Brasil.
Isso explica o título do artigo, pois, nosso time pode ser julgado por qualquer coisa, menos por não ter tentado. Obrigado, Tite, obrigado por nos devolver o orgulho!
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