Ainda somos pentacampeões, vencer ou perder faz parte do futebol
O Brasil está eliminado. Uma dor que não tem dia e nem hora para acabar. Estou muito triste, confesso que me iludi, pois achava que o Brasil, apesar de algumas deficiências demostradas ao longo da copa, venceria a Bélgica. Pela tradição, pela qualidade dos jogadores e pelo conjunto.
A turma do oba-oba estava eufórica. Após a vitória sobre o México, nas oitavas de final, voltaram à soberba, o ingênuo entendimento de que o Brasil é o país do futebol e precisa vencer sempre, que os maiores craques são sempre os nossos. Dizem que um dos esportes favoritos do torcedor brasileiro é “sentar a porrada” na seleção. Não deixa de ser verdade. Falar mal da seleção canarinho é algo cultural do brasileiro.
Sempre gosto de lembrar algo muito simples, de que havia um adversário do outro lado. Um adversário que contavam com grandes craques como: Hazard, De Bruyne e Lukaku. Algo simples, mas que no Brasil costuma a ignorar. Empatamos ou perdemos sempre para nós mesmos, nunca há mérito do adversário.
Bélgica fez dois gols e teve chances de fazer mais. Os belgas jogaram no sistema tático muito parecido com o do México, a diferença foi na enorme qualidade individual dos seus três craques mais adiantados.
O Brasil criou um grande número de ótimas oportunidades de gol, do primeiro ao último minuto, mas esbarrou nas finalizações ruins e, na brilhante atuação do goleiro Courtois. A partida poderia ter terminado com uma vitória expressiva do Brasil. Seria também justo, como foi à vitória da Bélgica, pela enorme eficiência e pelos craques que tem.
Tite cometeu alguns erros ao longo do mundial, algo que encaro até de forma natural, faz parte das possíveis variáveis de um torneio. Ele não é o melhor treinador do mundo, ao contrário do que muitos pensam. É um ser humano, cometeu erros, alguns graves, outros nem tanto; mas é inegável que fez um excelente trabalho e, talvez nem tivéssemos disputado o mundial se não fosse por sua competência. Ele deveria permanecer em minha opinião, mas não pode ser santificado.
Concluo dizendo que, embora a tristeza pela eliminação não tenha data para ir embora - se é que ela vai embora - consigo enxergar uma espécie de “alegria escondida”. Alegria em ver a minha seleção classificada para a copa de forma antecipada, de não ser goleada de forma humilhante, lutando com muita garra, até o ultimo segundo.
Vencer ou perder faz parte do futebol, ninguém está imune, até mesmo o único “pentacampeão do mundo”, Brasil.
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