5 Destaques da temporada até agora
Chegamos a metade da temporada, algo que realmente passa num piscar de olhos, e muita coisa interessante aconteceu até aqui. Já deu para termos noção de quais equipes brigarão para chegar a pós temporada, quais jogadores estão na briga para MVP e quais times já estão pensando na temporada do ano que vem. Então, hoje falaremos sobre alguns destaques que aconteceram até o momento. Sei que faltará muito a ser falado, mas citarei apenas 5 que me chamaram a atenção até o momento, e quem sabe num próximo texto falaremos de outros.
O Los Angeles Rams são os grandes favoritos na conferência nacional
Quando a temporada teve início, os Rams eram apontados como um dos favoritos a ganharem a NFC. Com um time cheio de talentos nos dois lados da bola, um quarterback em evolução e com o treinador mais quente do momento, era óbvio que assim seria. Mas não se esperava que fosse de tamanha dominância como foi ocorrendo ao longo das semanas.
O ataque veio dominando seus adversários de tal maneira que em certo ponto chegou a ser comparado ao "The Greats Show on Turf", enquanto a defesa que já era dominante no ano passado com um dos melhores defensores da liga Aaron Donald, ainda teve boas adições, como Ndamukong Suh e recentemente Dante Fowler Jr, que veio de uma troca com o Jacksonville Jaguars.
O time entrou na semana 9 sendo a única equipe ainda invicto na competição, mas acabou perdendo fora de casa para outro favorito em um dos melhores jogos da temporada até então. Os Saints mostram que sim é possível vencer esse time, mas os Rams também mostram um enorme poder de reação ao empatarem o jogo depois de estarem perdendo por 21 pontos.
Ainda acredito que os Rams sejam os favoritos a terem a melhor campanha da conferência nacional, e isso lhes dariam a vantagem de jogar seus jogos em casa até o Super Bowl, o que os tornariam ainda mais dificeis de serem batidos.
Como descrever essa temporada de Patrick Mahomes?
Se tem uma temporada que gostaria de ter assistido, seria a de 1984, e o principal fator é a fantástica temporada de Dan Marino, um dos meus jogadores favoritos de todos os tempos. Mas não adianta reclamar, pois nesse ano eu nem era nascido. Só me resta ver os tapes do jogos (como já fiz inclusive), mas o que realmente me fez faltava, era poder sentir ao vivo e ter aquela emoção de ver Marino "tacar fogo na liga" e deixar todo mundo perplexo.
Aí esse ano somos agraciados com algo parecido. Um quarterback que foi o último a ser escolhido na primeira rodada de seu Draft, assim como Marino, e que igual ao camisa 13 dos Dolphins, que estava em seu segundo ano como profissional em 1984 e tomou a liga de assalto, esse quarterback chamado Patrick Mahomes vem deixando todos os fãs de futebol americano de boca aberta.
Deixo claro aqui que não estou comparando os dois jogadores, pois Dan Marino teve uma carreira brilhante que acabou imortalizada no Hall da Fama, enquanto Mahomes está apenas no início de sua caminhada na NFL. O que comparo aqui é a segunda temporada de ambos na liga, que até o momento está sendo bem semelhante. Os números comprovam tal comparação:
Em 1984 Dan Marino lançou para 5,084 jardas, anotou 48 touchdowns, teve 17 interceptações e acabou sendo eleito o MVP da temporada regular. Se Patrick Mahomes manter a média de números que conseguiu até o momento, ele terminará a temporada com 5,152 jardas lançadas, 51 touchdowns, 12 interceptações e está como o mais bem cotado a conquistar o prêmio de MVP de 2018.
A diferença entre os dois se dá quando analisamos a maneira de jogar. Enquanto Marino era um pocket passer, Mahomes é um quarterback mais móvel e com um braço mais potente. Ele faz jogadas espetaculares, como aquele passe de mão trocada contra o Denver Broncos, ou mesmo lançamentos contra o movimento do corpo que é extremamente difícil e que poucos jogadores conseguem. Mas Marino ainda assim possuía uma leitura de jogadas melhor que a de Mahomes até o momento.
Se Patrick Mahomes conseguirá emular aquela temporada de Dan Marino, saberemos ao final desta temporada, mas uma coisa é certa: estamos vendo a história passar diante dos nossos olhos.
A imprevisível NFC North
Um pouco antes de começar a temporada, já tínhamos a impressão que essa divisão seria bastante disputa. Os Vikings eram apontados como favoritos devido ao excelente elenco que ainda recebeu o reforço de Kirk Cousins durante a offseason. Além deles, também tinha o Packers que se reforçaram, os Lions, que tem um bom e subestimado time, e os Bears que passavam por uma reformulação e ainda eram uma incógnita.
Então, já na primeira semana temos um duelo desta divisão, Packers receberam os Bears em casa e tomaram um susto com a defesa adversária que já era boa, e ainda ganhou o reforço de Khalil Mack. Mas depois de estarem perdendo por 20 a 0, os Packers voltaram para o segundo tempo de jogo com Aaron Rodgers conduzindo a virada, praticamente com apenas uma perna, devido a lesão que sofreu no início do jogo. Esse jogo mostrou que os Bears poderiam ameaçar nesta divisão, e que os Packers teriam muito o que melhorar, pois não podem sempre depender de milagres de Aaron Rodgers.
Já os Vikings venceram os 49ers fora de casa, enquanto os Lions perderam para os Jets em casa. E assim, essa divisão vem se desenrolando com narrativas extremamente imprevisíveis. Os Bears lideram a divisão com 5 vitórias e 3 derrotas, mas ainda não passam total confiança aos seus torcedores e só tiveram até agora um jogo apenas dentro da divisão, essa derrota para os Packers.
Os Vikings vêem em segundo com 5 vitórias, 3 derrotas e 1 empate, mas apesar de estarem vencendo, ainda não mostraram todo o potencial que se esperava no início da temporada.
Os Packers estão um pouco mais distantes de uma vaga nos playooffs, com uma campanha de 3 vitórias, 4 derrotas e 1 empate. O time vem sendo constantemente irregular, e extremamente dependende de Rodgers. Caso não consiga uma melhora urgente, a pós temporada será algo praticamente inviável.
E em último lugar, mas não descartado da disputa ainda, se encontra o Detroit Lions com 3 vitórias e 5 derrotas. Os Lions tem ainda duas partidas contra os Bears, que se vencerem voltam a embolar ainda mais essa divisão.
A temporada já passou da metade, e essa divisão promete ser uma das mais disputadas, tanto que a própria NFL já retirou o confronto do Sunday Night Footbaal da semana 11, para colocar o duelo dos Bears contra os Vikings, no lugar. Agora é esperar para vermos o desfecho, qual franquia ficará com o título da divisão e se alguma outra equipe conseguirá uma vaga no Wild Card.
Saquon Barkley na segunda escolha geral foi um erro dos Giants
Calma, antes de vocês discordarem desta afirmação irei expor um ponto de vista que vai muito além do talento deste jogador.
Quando os Giants terminaram a temporada passada com a segunda pior campanha de toda NFL, ficou óbvio que eles deveriam pensar no futuro. E infelizmente esse futuro se passava em escolher um quarterback para a sucessão de Eli Manning, que já vinha visivelmente mostrando um declínio na sua carreira. Ainda por cima, essa classe de quarterbacks era considerada uma das melhores em anos. Sam Darnold, Baker Mayfield e Josh Rosen tinham potencial para ficarem no banco a princípio aprendendo até tomarem a posição de titulares no ano seguinte.
Esse seria o cenário ideal a longo e médio prazo, mas o Giants entenderam que o time teria potencial para brigar por algo ainda nesta temporada, e acabaram optando pelo melhor prospecto do último Draft, o running back Saquon Barkley da universidade de Penn State.
O grande problema desta escolha não é o jogador em si, pois talento ele tem de sobra, tanto que ele chegou a ser considerado o melhor prospecto desde de Adrian Peterson. O que não foi muito bem pensado pela diretoria dos Giants é o fato que este time não estava a apenas um jogador de ser competitivo, por melhor que ele seja. A linha ofensiva é fraca, o que não ajuda em nada o jogo corrido. Eli Manning está fazendo uma temporada desastrosa, o que fortalece ainda mais a teoria que seria essencial escolher um substituto para ele. E o pior de tudo, ao meu ver, tem sido o plano de jogo que é, basicamente, lançar a bola para Barkley e ele tentar resolver correndo e quebrando tackles. Você tem Odell Beckham Jr, Sterling Shepard e Evan Engram para poder lançar a bola, mas insistem na mesma jogada com Barkley, o que torna o jogo previsível.
Saquon Barkley nos Giants vem se provando uma combinação ruim, tanto para equipe como para o jogador, que vê o seu potencial não ser aproveitado. Novamente a franquia deverá ter uma escolha top 5 no próximo Draft, agora é saber capitalizar isso e tentar encontrar o substituto para Eli.
Temos que falar de Drew Bress
Para encerrar, não podemos deixar de falar de Bress. Ele que com certeza está naquele mesmo patamar de jogadores como Tom Brady, Joe Montana e Payton Manning, mas geralmente acaba não sendo mencionado quando se discute sobre os maiores quarterbacks da história.
Ele está na reta final de sua carreira, pois já está com 39 anos, mas ainda não mostrou uma queda de rendimento, muito pelo contrário, ele está fazendo uma de suas melhores temporadas da carreira. E quem teve a oportunidade de assistir o jogo entre Saints e Rams neste último domingo, pode comprovar isso. Bress pegou uma das melhores defesas da liga, e ainda assim teve uma atuação de gala, conduzindo o sua equipe à vitória e tirando a invencibilidade da equipe californiana.
Outro detalhe importante a ser mencionado, são os recordes individuais que ele vem estabelecendo. Um bom exemplo disso foi no jogo contra o Washington Redskins, que ele passou Payton Manning e se tornou o jogador com o maior número de jardas lançadas.
Drew Bress venceu apenas um Super Bowl, e isso muito por conta de ter um time a sua altura, mas esse ano ele tem, e vem mostrando que o New Orleans Saints é sim um dos favoritos a chegarem ao Super Bowl, assim como Bress que lançou para 2,336 jardas, anotou 18 touchdowns e teve apenas uma interceptação, passou a ser um dos favoritos a MVP da temporada
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