Football no país do Futebol.
A espera pelo Kickoff enfim acabou. Setembro chegou, e com ele o esporte que mais cresce no planeta da o ar de sua graça com a sua liga mais importante, a NFL, "sua linda".
Mas, será que essa espera de longos e sôfregos sete meses seria mesmo tão necessária se tivéssemos uma versão brasileira para servir de abertura para a tão aguardada atração principal? Um aquecimento a "moda brasileira" para os motores?
Aí é que está; nós já temos... E, não temos ao mesmo tempo.
Pode isso?
Pode. E vamos aos porquês.
É inegável o crescimento do futebol americano no nosso território. Na última temporada nos tornamos o segundo país fora dos Estados Unidos a consumir o esporte mais popular da terra do Tio Sam, atrás apenas do México, ainda que o produto produzido nas nossas terras esteja longe de ter o mesmo destaque que damos para a maior liga de bola oval do planeta; o que não é nenhum pecado e também está fora de qualquer comparação. A NFL sempre foi e sempre será infinitamente superior a qualquer liga que exista ao redor do globo. A CFL, liga canadense, mesmo sendo um espetáculo a parte com seu jeito completamente particular de executar o jogo, ainda perde e muito no quesito preferência, mesmo dentro do seu próprio território. Nesse caso a grama do vizinho, de fato, e sem sombra de dúvidas, é mais verde.
Ainda assim, do lado de cá do mapa, vários clubes grandes do futebol tradicional da bola redonda já se renderam ao esporte. Temos seus representantes nos dois maiores eventos que ocorrem por aqui: Vasco da Gama teve seus anos de glória na conquista de jardas; Corinthians, e Flamengo vem ganhando destaque nos campeonatos nacionais. Em Santa Catarina, por outros meios, o Timbó-Rex, já tem seu nome mais do que sacramentado na história do esporte no Brasil. E mais, criou uma marca digna de exemplo para as novas equipes que vêm surgindo nos últimos anos. Conheço acadêmicos de marketing que inclusive, usaram como tema de trabalhos a história da equipe.
Entretanto, os holofotes ainda custam a se voltar para o espaço tracejado entre os postes em formato de 'Y'. Mais e mais as grandes redes esportivas se negam a abrir as portas para as transmissões das nossas ligas. Preferindo servir de vitrine para os E-Esportes, que de forma merecida - não na minha opinião - vem movimentando uma boa quantia de dinheiro. No entanto, se somos um dos países que mais consomem o Futebol Americano, o que impede a mídia de dar um voto de confiança para os nossos guerreiros de jornada dupla? Que dão o suor e literalmente o sangue por esse esporte, e na maioria das vezes, sem ganhar um centavo para isso. Para eles, infelizmente, uma partida de League Of Legends ainda é mais atrativa do que um fumble retornada para TD com o cronômetro zerado e o placar empatado. Ironicamente, como diriam os americanos: "LOL"
A falta de incentivo não vem só da televisão. Dirigentes dos grande clubes de futebol chegam a proibir a realização de partidas nos grandes estádios com a justificativa de que a prática prejudica a saúde do gramado. A mesma saúde que é completamente ignorada quanto ele é coberto por um tapete de borracha, que abafará o gramado e servirá de piso para mais de 80 mil pessoas que o pisotearão aos pulos durante um milionário show de algum artista internacional. Afinal, pagando bem, que mal tem?
Essa dificuldade de alcançar o estrelato não é exclusividade do futebol americano. Nosso próprio basquete, mesmo após anos de desenvolvimento, vários atletas de destaque na NBA e com o maior pontuador da história do esporte mundial, ainda está longe de ser popular. E falo isso como alguém que pode durante um curto período de tempo, acompanhar um pouco - do lado de fora, claro - os bastidores, da dificuldade que existe para se manter uma equipe competitiva. Devido a falta de patrocínios, dada a escassez de visibilidade.
Então, o caminho do nosso filho distante do Hugby ainda é longo, mas quem sabe, com a atenção gerada pela NFL, não apareça um atalho no meio dessa caminhada? Matéria prima e força de vontade entre os atletas e envolvidos não faltam, tudo que precisamos é um empurrãozinho das nossas políticas esportivas e das nossas mídias, que embora digam que tem apoiado a causa, seriam de muito mais ajuda se transmitissem um jogo por semana que fosse, e não apenas a final, em plataforma digital, de apenas um dos tantos bons campeonatos que temos espalhados pelo país.
Foto: Chiarini Junior
Foto: Chiarini Junior
Espero ver o futebol americano crescer aqui no Brasil
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